ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 22-11-2007.
Aos vinte e dois dias do mês de novembro do ano de
dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maristela
Meneghetti e Newton Braga Rosa. Constatada a existência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario
Fraga, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo
Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº 5177/07;
pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 5214/07; pelo Vereador
Guilherme Barbosa, a Indicação nº 156/07 (Processo nº 9070/07) e o Pedido de
Providência nº 5213/07; pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informação
nº 198/07 (Processo nº 9079/07); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos
de Providência nos 5210 a 5212/07; pela Vereadora Margarete Moraes,
o Pedido de Informação nº 197/07 (Processo nº 9069/07) e o Pedido de
Providência nº 5209/07. Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos
459 e 461/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as
Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Neuza Canabarro, ontem,
no lançamento da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes de 2008, às dezoito
horas e trinta minutos, no Ginásio Multiesportes Monsenhor Arthur Wickert, em
Porto Alegre; do Vereador Carlos Comassetto, hoje, na solenidade de posse da
Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal da Sociedade de Agronomia do Rio
Grande do Sul, às dezenove horas, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado o
Memorando nº 460/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência retifica o Memorando
nº 445/07, informando que, em vez do Vereador Adeli Sell, a Vereadora Neuza
Canabarro esteve em Representação Externa, hoje, na reunião-almoço “Tá na Mesa”
da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul –
FEDERASUL –, às doze horas, na sede dessa entidade, em Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 3397, 3711 e 4287/07, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a
existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Nonagésima Sessão
Ordinária, da Décima Quarta e Décima Quinta Sessões Extraordinárias e da Trigésima
Quarta, Trigésima Quinta, Trigésima Sexta, Trigésima Sétima e Trigésima Oitava
Sessões Solenes. Após,
a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Maria
Elaine Rodrigues, Presidenta da Associação Comunitária Amigos e Moradores da
Cidade Baixa e Arredores – MOCAMBO –, que discorreu sobre a presença da
entidade presidida por Sua Senhoria em atividades e movimentos políticos,
culturais e sociais de Porto Alegre. Da mesma forma, apresentou proposta defendida
pelo MOCAMBO, que objetiva a construção de um quilombo em área do Centro da
Cidade, o qual se constituiria em espaço destinado a atividades de resgate da
história e do quotidiano da etnia negra. Também, nos termos do artigo 206 do
Regimento, as Vereadoras Margarete Moraes e Maristela Maffei e o Vereador
Haroldo de Souza manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e nove minutos,
constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta registrou o
comparecimento, nos termos do artigo 139 do Regimento, dos Senhores Cristiano
Roberto Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda, Sedinei Antunes de Souza
Júnior, Diretor da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto
Alegre, e Rodrigo Fantinel, da Secretaria Municipal da Fazenda, convidando-os
a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra aos Senhores Cristiano
Roberto Tatsch e Sedinei Antunes de Souza Júnior, que se pronunciaram acerca do
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07, que altera legislação
tributária do Município. Sobre o assunto, afirmaram que esta proposta procura
adequar o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN – às normas
gerais vigentes no País, em especial quanto ao Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte, conhecido como Supersimples. Após, o Vereador Aldacir Oliboni
manifestou-se, registrando a presença de representantes da comunidade do Morro
da Cruz, que se encontram neste Plenário para reunião com Vereadores deste
Legislativo, tendo em vista o fechamento de Unidade de Saúde do Estado
instalada naquela região. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, de alunos e dos Educadores Cristina Gonçalves,
Roseane Medeiros, Rejane Franco, Juanita Oliveira, Vanderson Dorneles e Eulina
Antunes, da Instituição de Educação Infantil Maria de Nazaré, que comparecem à
Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação
Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Ainda, o Senhor Presidente
concedeu a palavra aos Vereadores Adeli Sell, Newton Braga Rosa, Carlos
Todeschini e Bernardino Vendruscolo, que se manifestaram e formularam
questionamentos sobre o assunto abordado na presente Sessão pelos Senhores
Cristiano Roberto Tatsch e Sedinei Antunes de Souza Júnior. Também, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Cristiano Roberto Tatsch, para
considerações finais em relação às manifestações dos Senhores Vereadores sobre
o tema abordado por Sua Senhoria. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Clênia
Maranhão comentou o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07 e saudou
decisão do Conselho Nacional de Justiça, de abertura de inquérito contra o Juiz
Edílson Rumbelsperger Rodrigues, por posições assumidas em processos de
violência doméstica. Além disso, referiu-se ao seminário sobre Sistema
Internacional de Capacitação em Planejamento e Gestão Local Participativa, promovido
neste mês pelo Governo Municipal. O Vereador Dr. Goulart discorreu acerca das
dificuldades existentes para o acesso aos dados da saúde pública em nível
municipal, estadual e federal, alegando que os governos parecem não ter
interesse em disponibilizar essas informações à população. Ainda, discutiu o
atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde à população e a necessidade de
que os profissionais que trabalham para esse Sistema sejam melhor valorizados.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme Barbosa enfocando a preocupação
demonstrada pelo Vereador Dr. Goulart na área da saúde, comentou problemas
relativos ao atendimento médico prestado em Porto Alegre. Também, discutiu a
política de geração de emprego no País, elogiando a criação de um milhão e
oitocentas mil vagas de trabalho durante o Governo do Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e, finalizando, criticou a Prefeitura Municipal pelo atraso no
desenvolvimento da Cidade. O Vereador José Ismael Heinen procedeu a análises
sobre o sistema tributário brasileiro, declarando que, ao mesmo tempo em que se
observa o aumento da arrecadação em nível federal, ocorre uma pauperização dos
Estados e Municípios. Ainda, questionou a forma como o Governo Federal vem
conduzindo o processo de apreciação, pelo Congresso Nacional, da proposta que
prorroga a Contribuição Provisória Sobre Movimentação ou Transmissão de Valores
e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF. O Vereador Adeli Sell
elogiou atividades do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada –
CEITEC –, lembrando que essa instituição é resultado da ação conjunta dos
Governos Federal, Estadual e Municipal, mantendo-se com aporte de verbas da
União. Também, criticou as gestões do Prefeito José Fogaça e da Governadora
Yeda Crusius, avaliando questões atinentes ao gerenciamento de recursos
federais e à qualidade de serviços públicos a que têm acesso os porto-alegrenses.
O Vereador Mario Fraga contraditou informações prestadas pelo Vereador Adeli
Sell, em Comunicações, no que tange aos serviços prestados pelo Departamento
Municipal de Limpeza Urbana em Porto Alegre, justificando que a empresa
ganhadora da licitação para recolhimento do lixo está trabalhando para a
Prefeitura há menos de quinze dias e que o Governo Municipal já programou a
instalação de oito mil novas lixeiras na Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João
Antonio Dib, registrando o transcurso, hoje, do aniversário da independência do
Líbano, frisou seu orgulho pela sua ascendência libanesa, discorreu acerca de aspectos
históricos, culturais, religiosos, políticos, sociais e geográficos que
caracterizam esse país do Oriente Médio e salientou o fato de este ser o país
mais desenvolvido economicamente dessa
região. Finalizando, procedeu à leitura da letra do Hino Libanês. O Vereador
José Ismael Heinen noticiou atropelamento ocorrido ontem, na Avenida Getúlio
Vargas, no qual duas senhoras foram atingidas por um automóvel, quando estavam
sobre a faixa de pedestre. Em relação ao assunto, mencionando a Semana
Municipal de Conscientização de Utilização da Faixa de Segurança, proposta por
Sua Excelência, discursou acerca da necessidade de observação da legislação de
trânsito para que sejam diminuídos os acidentes automobilísticos registrados em
Porto Alegre. Em prosseguimento, foi apregoado o Memorando nº 464/07, firmado
pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre,
informando o cancelamento da Representação Externa referente ao Memorando nº
450/07. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart afirmou que seus pronunciamentos
acerca de questões atinentes aos problemas de saúde pública existentes no
Brasil não têm cunho partidário, sendo esses discursos comprometidos com a
melhoria dos serviços a que tem acesso a população nessa área. Ainda, elogiou o
trabalho do Senhor Eliseu Santos na Secretaria Municipal da Saúde e analisou
dados referentes a recursos federais e estaduais repassados a essa Secretaria.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 193, 249, 283, 291, 292 e 294/07, os quatro últimos
discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº
031/07, discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e Carlos
Comassetto e pela Vereadora Margarete Moraes, os Projetos de Resolução nos
082 e 083/07; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
269, 274, 284, 285 e 240/07, este discutido pelos Vereadores Newton Braga Rosa
e Guilherme Barbosa, os Projetos de Lei do Executivo nos 028 e
029/07; em 3ª Sessão os Projetos de Lei do Legislativo nos 251, 262,
246, 266, 270 e 271/07, os quatro últimos discutidos pela Vereadora Margarete
Moraes, o Projeto de Lei do Executivo nº 026/07, discutido pela Vereadora
Margarete Moraes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha
contraditou pronunciamentos efetuados nesta Sessão, em relação à morte de um
cavalo, ontem, no Parque Farroupilha, em função de picadas de abelha sofridas
por esse animal. Além disso, enalteceu o Governo Municipal, referindo-se à
conclusão das obras da III Perimetral, ao andamento da construção do Conduto
Forçado Álvaro Chaves e à recuperação da capacidade de contração de operações
de crédito pelo Município. A Vereadora Sofia Cavedon teceu comentários acerca
da suspensão das obras de construção do Centro Popular de Compras, por falta da
licença da Secretaria Municipal do Meio Ambiente para que esse empreendimento
fosse executado. Sobre o tema, asseverou que não foi realizado, pelos órgãos do
Poder Executivo, estudo relativo ao impacto dessa construção na região central
de Porto Alegre e defendeu que o Ministério Público investigue a fundo
possíveis irregularidades. O Vereador Ervino Besson,
reportando-se ao pronunciamento da Vereadora Sofia Cavedon, em Comunicação de Líder,
sobre a suspensão das obras do Centro Popular de Compras em Porto Alegre,
relatou os trâmites das licenças que estão sendo providencias para que esse
Centro possa ser concluído dentro do prazo previsto. Sobre o assunto, mencionou
o não-cumprimento de promessas do tempo em que o Partido dos Trabalhadores
governou a Cidade, no atinente à realização de obras públicas. O Vereador
Cláudio Sebenelo analisou denúncias de irregularidades ligadas ao Governo do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigadas pela Polícia Federal e
teceu considerações sobre a falta de regularização de imóveis públicos na época
em que o PT governou o Porto Alegre. Finalizando, justificou que os casos de
ataques de abelhas ocorridos na Cidade ultimamente são de responsabilidade da
Brigada Ambiental, e não das políticas de meio ambiente da Prefeitura
Municipal. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 465/07, firmado
pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre,
por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador
Carlos Comassetto, amanhã, na solenidade de inauguração da unidade Porto Alegre
do Projeto Casa Brasil do Governo Federal, às dezesseis horas, em Porto Alegre.
Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Às dezessete horas e dezenove minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo
retomados às dezessete horas e trinta e um minutos, constatada a existência de
quórum. Após, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maria
Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa Diretora com o
Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 193/06, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Mario Fraga,
Carlos Comassetto, Elói Guimarães, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e pela
Vereadora Margarete Moraes, teve sua discussão adiada por quatro Sessões, a
Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Ervino Besson. Na oportunidade,
a Senhora Presidenta convidou os Senhores Vereadores para a solenidade de
lançamento do livro “A Lógica do Absurdo”, do Senhor Raul Moreau, realizada no
Espaço Vereadora Teresa Franco. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto
de Resolução nº 063/06. Às dezoito horas e doze minutos, constatada a
inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha,
a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste,
Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e pelo Vereador João Carlos Nedel e
secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que
eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo
único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à
A Srª Maria Elaine Rodrigues, representando a Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à Entidade e sua proposta de intervenção urbana, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. MARIA ELAINE RODRIGUES: Meus
cumprimentos à Presidência da Mesa; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nós, a Associação Comunitária, na realidade, temos, antes de tudo,
o nome, à frente, que muito nos orgulha: Mocambo, porque Mocambo, neste Bairro,
e reconhecidamente em todo o País, era o lugar menor, a menor célula que tinham
os escravos que, quando fugidios, conseguiam se reestruturar. Então, nós, na
Cidade Baixa, buscando fazer este resgate histórico também, achamos que este
era o melhor nome para colocar na nossa entidade. E o Mocambo, um pouco da
nossa proposta, destina-se a um resgate histórico, como já foi dito, em que
tentamos fazer com que os viveres e fazeres da etnia negra sejam resgatados. É
uma proposta de sede destinada aos constantes trabalhos de conscientização e de
valorização dessa etnia, que ajudou a construir não só esse Bairro, mas esta
Cidade, este Estado e esta Nação. Esta obra que nós tentamos fazer como
proposta de intervenção fica em frente ao Largo do Zumbi dos Palmares, num
terreno que nos foi doado, até o momento, com permissão de uso pela Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. É um verdadeiro monumento artístico que serve de
referência à auto-estima da minha comunidade étnica, mas também de todo cidadão
porto-alegrense, e propõe também uma auto-sustentabilidade, porque pensamos em
poder constituir ali uma antiga reconstrução quilombola em pleno Centro de
Porto Alegre. Essa é a nossa proposta.
Mas
vamos falar um pouquinho sobre o nosso trabalho. O Mocambo foi originado de uma
matriarca que, não sabendo como discutir as questões de políticas públicas - e
nem podendo -, na década de 70, 80, reuniu várias mulheres e vários homens, com
muitas dificuldades, e foram para uma escola de samba chamada Praiana. Hoje,
ela já é falecida, e esses remanescentes, esses familiares, descendentes e
amigos organizaram-se, porque a sociedade assim o exige, e formaram essa
entidade, porque durante todo o ano nós não podemos falar só de carnaval.
Durante o ano nós temos que trabalhar, sim, nós temos que continuar
construindo, temos que dar exemplo para os nossos filhos e temos que buscar uma
geração de renda e um trabalho qualificado.
O
Mocambo, então, nas décadas de 70 e 80... Nós sempre buscamos esse referencial
como resistência. Em 2000, organizamos-nos juridicamente. Já fomos agentes de
quilombos dos remanescentes neste Estado; já participamos do Conselho Local de
Saúde, antiga CLIS, como coordenadores da Região Centro; já atuamos no grupo de
trabalho que criou a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança
Urbana; já trabalhamos, e continuamos trabalhando, com o resgate e o reforço
escolar das nossas crianças. Trabalhamos com anemia falciforme, que é uma
doença étnica, mas que, pela miscigenação, sabemos que é uma questão de saúde
pública; e muitos cidadãos, desconhecendo a sua origem, podem ser portadores
dessa doença. Somos parte da executiva do CRAB, Centro de Referência
Afro-Brasileiro, com sede em Porto Alegre, mas que toma conta de todo o Rio
Grande do Sul. Realizamos a nossa primeira mostra de talentos com o apoio da
Escola de Samba Praiana e da rede de supermercados Nacional. Tivemos também o
apoio da própria Prefeitura, da Secretaria Municipal de Cultura e da Secretaria
Municipal de Educação.
Há
pouco tempo também fazemos parte da UAMPA. Trabalhamos em cursos comunitários
no Museu, antes da sua reforma. Sempre de portas abertas, nunca deixamos de
atender à comunidade em geral, mas priorizamos a nossa etnia. Fazemos parte
também do Conselho Gestor de Quilombo, que a DRT, durante um tempo, criou em
nível federal. Em 2004 iniciamos, com a Secretaria e o setor da Memória do
Município, uma obra que não está finalizada, que se chama “A Trajetória da
Etnia Negra em Porto Alegre”. Esperamos que essa obra muito em breve possa
fazer parte das bibliotecas escolares, onde estaremos mostrando, sim, como
temos homens, mulheres, negros e negras que têm um trabalho maravilhoso nesta
Cidade, cuja história merece ser contada.
Hoje, neste
momento, dia 22 de novembro, queremos fazer referência à importância de
estarmos aqui devido à Revolta da Chibata. Relembrando o nosso Almirante Negro,
João Cândido, um herói nacional para nós e um herói gaúcho, gostaríamos que, em
sua memória, o Mocambo, hoje, pudesse falar como um ser mais jovem, porque ele
foi um dos nossos heróis que morreu velho, caminhando sem nada nas pedras do
cais do porto do Rio de Janeiro. Nós queremos, com a resistência e força que
temos, construir e materializar nossos sonhos. Infelizmente não sabíamos do
protocolo e trouxemos um CD para mostrar arquitetonicamente nossa proposta de
intervenção em frente ao Largo Zumbi, na rua Loureiro da Silva, nº 1.530, bem
ao lado da borracharia, onde lançamos simbolicamente nossa pedra fundamental no
dia 20 de novembro. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, desde a gestão
passada até esta gestão, está trabalhando conosco e nos ajudando a fazer o
resgate e a manter viva a nossa história.
Vou tentar, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, mostrar aqui. (Mostra cartaz.) Comprometo-me em enviar uma cópia
não-colorida para todos os gabinetes de nossa proposta de intervenção, porque
ela tem que ser visualizada para que se entenda o que queremos dizer. O Projeto
Mocambo tenta - só estamos no sonho, não está materializado, não estamos
fazendo a captação de recursos, porque, oficialmente, ainda temos essa
dificuldade – construir, em pleno Largo, num espaço de resgate, de memória e de
cidadania negra, este prédio. É uma nesga de terreno muito pequena. (Mostra
cartaz.) Aqui na frente temos uma antiga reconstrução quilombola, e o prédio de
trás dará abrigo a várias oficinas para vários trabalhos tanto culturais como
educacionais, filantrópicos e também assistenciais e já começa a interagir com
a Cidade. A proposta neste caminho é de que os canteiros também nos possam dar
auto-sustentabilidade. Eles serão em forma de ferraduras, pequenos, mínimos,
mas, antes de chegarmos ao espaço da estrutura, teremos um local contemplativo,
e neste local é que estará a nossa memória: um navio tumbeiro, uma réplica, com
apoio de artistas plásticos, que estará mostrando o passado. Nós sabemos que só
de passado nós não vivemos, e por isso a nossa juventude e os nossos idosos têm
que se sentir orgulhosos.
Então esta é uma proposta de intervenção. Queremos
também que a questão da sustentabilidade possa fazer parte dessa arquitetura.
Essa sustentabilidade propõe um telhado verde, mas um pouco diferenciado. Aqui
deverão estar as nossas ervas medicinais e também plantas, temperos que possam
ser usados na cozinha afro-gaúcha, porque, no momento em que várias etnias são
valorizadas, sentimos falta de que a nossa etnia tenha um espaço onde possa
chegar o nosso próprio turismo. É uma intervenção que não vai fazer mal à
Cidade, porque é uma proposta em biopermacultura. E, junto, temos um
sonho, o Mocambinho, que será um espaço onde as crianças ficarão enquanto as
mães e os pais se qualificam. É isso. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito
obrigada, Srª Maria Elaine, aproveito a oportunidade para convidá-la a fazer
parte da Mesa Diretora dos trabalhos.
A Verª
Margarete Moraes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, Srª Maria Elaine Rodrigues, é uma alegria para esta Casa e, tenho
certeza, para a Bancada do meu Partido - para o Ver. Carlos Todeschini, Ver.
Adeli Sell, Ver. Guilherme Barbosa, aqui presentes e os demais membros da nossa
Bancada -, recebê-los em plena Semana da Consciência Negra para apresentar um
projeto de construção, de agregação, de participação na nossa Cidade, sobretudo
de criação. A entidade Mocambo nós conhecemos há muito tempo, e agora vocês
propõem uma intervenção em frente ao Largo Zumbi, um espaço de memória, de
história, de cultura que só vai enriquecer a cultura de Porto Alegre, para que
as novas gerações conheçam a história dos afro-brasileiros e não repitam mais
os erros do passado, os erros de opressão, os erros de exclusão, de
discriminação, para que ninguém mais seja discriminado pela cor da pele ou pela
cor dos olhos, para que o Brasil saiba a sua história, enquanto uma consciência
- como eu disse - para mudar, para se transformar.
Nós também queremos saudá-la, porque homenageia
João Cândido, o Almirante Negro, aquele marinheiro gaúcho que liderou a Revolta
da Chibata e que é um símbolo, assim como Zumbi dos Palmares, na luta contra a
discriminação racial.
Portanto, contem com o apoio da Bancada do Partido
dos Trabalhadores, somos parceiros e desejamos sucesso nesse novo
empreendimento. Parabéns! Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Boa-tarde,
Sr. Presidente; amiga Maria Elaine, é sempre uma alegria recebê-la nesta Casa,
porque muito mais do que as vontades, também nós conhecemos as pessoas, as suas
intenções e as suas realizações. Quero dizer que eu estou na presidência da
Sub-Relatoria da revisão do Plano Diretor, em relação às questões do Centro, à
Entrada da Cidade, enfim, e nós estamos programando, Maria Elaine, uma reunião
com todos os atores que têm projetos, para que esses projetos possam estar
dentro da Sub-Relatoria para serem apresentados, depois, na Comissão do Plano
Diretor. Claro que, se apresentarem um projeto que não é apenas um projeto de
reforma, mas um que muda, amplia uma realidade, fazendo com que possamos tratar
cada vez mais as políticas de inclusão, em especial, dando visibilidade às
questões das políticas afro-descendentes dos mais empobrecidos, acho que nós
temos de colocar em todos os lugares para dar cada vez mais visibilidade nos
somando e buscando atitudes práticas do nosso Executivo e dos nossos
empreendedores da Cidade, para que também apóiem aquilo que não é apenas um
valor econômico, mas que tem um valor de vida, que tem uma dimensão que faz
parte de uma Cidade cosmopolita como a nossa.
Portanto, o nosso carinho, o nosso respeito; também
estamos engajados nessa luta para que, realmente, ela dê frutos e frutos
imediatos. Parabéns, voltem sempre a esta Casa. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, simpática Srª Maria Elaine Rodrigues, em nome da Bancada do PMDB,
do Ver. Bernardino, Ver. Dr. Raul, Ver. Professor Garcia, Ver. Sebastião Melo,
nós queremos saudar a sua presença e cumprimentá-la pela iniciativa. Nós
estamos na Semana da Consciência Negra, eu fui o responsável, nesta Casa, pelo
Projeto que estabelecia o feriado; infelizmente, não tivemos a vaga para que
realmente fosse estabelecido o Dia da Consciência Negra. Por coincidência,
anteontem, na terça-feira, eu estava em São Paulo, a cidade estava parada em
função do feriado do Dia da Consciência Negra, me lembrei, então, do Projeto
que apresentamos aqui e vamos esperar que, na primeira oportunidade, ao termos
uma data disponível, que a gente possa também oportunizar esse feriado, podendo
fazer uma reflexão a respeito de tudo que aconteceu com a raça negra, - porque
eu também tenho um pé na África –, e nós devemos muito à raça negra o
Mocambinho, que a senhora falou que é um sonho. Vamos tornar realidade esse
sonho da senhora e da Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade
Baixa. Nós, do PMDB, estamos à disposição da senhora, de todos os seus
companheiros e companheiras, para que possamos realmente levar à frente esse
projeto e que ele realmente seja realizado em nossa Cidade. Seja bem-vinda
sempre à nossa Casa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Nós
queremos agradecer pela presença da Srª Maria Elaine Rodrigues, Presidenta da
Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores –
Mocambo, que veio apresentar a sua entidade e a sua proposta de intervenção
urbana, contribuindo para a melhoria da nossa Cidade e para o engrandecimento
da raça negra. Meus parabéns, muito obrigado, contem com esta Casa sempre.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h38min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 14h39min): Estão reabertos os trabalhos.
Hoje temos o comparecimento do
Sr. Cristiano Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda; do Sr. Sedinei Antunes
de Souza Júnior, Diretor da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal
de Porto Alegre; e do Dr. Rodrigo Fantinel, da Secretaria da Fazenda.
Convidamos os senhores a comporem a Mesa.
O Sr. Cristiano
Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda, está com a palavra, para tratar de
assunto referente ao ordenamento tributário.
O
SR. CRISTIANO TATSCH: Sr. Presidente, mais uma vez é uma honra estar aqui com os
Srs. Vereadores, a maioria dos quais eu já cumprimentei pessoalmente; Verª
Clênia Maranhão, a quem eu não tive oportunidade de fazê-lo, e, em nome da qual
eu cumprimento todos os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa. Estamos
vendo, agora, a galeria ser ocupada por jovens. A nossa saudação.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos trazendo a esta Casa um Projeto de
Lei sobre a adequação do ISSQN às normas gerais desse tributo perante os demais
tributos nacionais. Nós tivemos, neste exercício, a aprovação e entrada em
vigor do Supersimples, que determina que também a legislação municipal seja
adequada ao Supersimples, de modo a não trazer prejuízo a pequenas, médias e
microempresas que, de alguma maneira, tenham sido afetadas pelo Supersimples, e
empresas que, mesmo não tendo feito a opção pelo Supersimples, de alguma
maneira tenham seus benefícios fiscais mantidos, preservados. Os senhores sabem
que o Supersimples é um novo tributo em vigor que fez a junção de seis tributos
federais, mais o ISS municipal e o ICMS estadual. Da adoção desse Supersimples,
que é um novo tributo que atinge as microempresas – aquelas que recolhem até 51
mil reais/ano, e as pequenas empresas, que recolhem até 2 milhões e 400 mil
reais/ano -, nós tivemos a extinção automática de vantagens que existiam na
legislação municipal e na legislação federal.
Pois
bem, a adequação que nós estamos propondo através deste Projeto de Lei que está
em discussão nesta Casa visa, justamente, adequar a legislação municipal ao
Supersimples, mantendo vantagens que eram auferidas pelas micro e pequenas
empresas e uniformizando procedimentos. Nós também estamos, Sr. Presidente,
fazendo uma redução real de tributos em algumas áreas, estamos trazendo a
alíquota de 5% para 2% em algumas áreas, sempre dentro daquela perspectiva de
que, na medida em que nós propomos uma redução, a nossa idéia é aumentar o
universo de empresas que estão contribuindo e com isso termos a perspectiva de
aumentarmos, no final das contas, a arrecadação do Município. Então, estamos
reduzindo alíquotas com a intenção de tornar mais ampla a perspectiva do
universo que contribui para a arrecadação de tributos do Município, e, com
isso, aumentar a arrecadação do Município. Basicamente essa redução deve
acontecer na área da Engenharia de Planejamento e também na área da Saúde, em
que nós estamos uniformizando o procedimento. Nesse sentido, senhores, para dar
maior transparência e apresentar aspectos específicos desse Projeto de Lei, eu
vou pedir ao Dr. Sedinei, que é o chefe da Área de Normatização da Secretaria
Municipal da Fazenda, juntamente com o nosso Coordenador-adjunto da área de
Arrecadação, que faça uma exposição pormenorizada do nosso Projeto de Lei.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. SEDINEI ANTUNES DE SOUZA JÚNIOR: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, demais cidadãos presentes, o Secretário fez uma
introdução ao Projeto de Lei, e nós vamos fazer aqui uma apresentação breve,
mais técnica do conteúdo do Projeto, até para que os Vereadores tenham
conhecimento e possam votar de uma maneira mais tranqüila o Projeto que o
Executivo encaminhou.
Nós
separamos a apresentação por tópicos, para ficar mais fácil a visualização, já
que muitos temas são colocados em vários pontos da Lei; então nós fizemos a
apresentação em partes, para que vocês possam conhecer melhor o que está
acontecendo.
Inicialmente,
nosso primeiro ponto diz respeito à alteração do que trata a construção civil.
Desde a época da Lei Complementar nº 116, quando foi aprovada a Lei
Complementar nº 501, em 2003, foi criada uma modalidade de receita presumida
para a construção civil, porque era muito complicado para o próprio
contribuinte fazer a apuração dos materiais desses serviços de construção e
para o fisco controlar. Então criou-se esse Instituto em que o contribuinte
opta e aí ele utiliza um redutor genérico para reduzir esses materiais, em cima
de estatísticas do que se gasta com obras.
Acontece
que, na época, três tipos de serviços foram incluídos nesse tipo de receita
presumida, houve descuido e eles não têm materiais a deduzir, eles não têm
cumulatividade entre ISSQN e ICMS, e eles nunca puderam utilizar essa alíquota
reduzida. O que está se colocando, então? Está se deixando só esses serviços
que utilizam a receita presumida e está se colocando esses outros serviços numa
alíquota reduzida para 2%, para que eles efetivamente tenham um benefício, como
o Secretário falou, que possa proporcionar um aumento da arrecadação dessas
atividades.
Nós
estamos também na parte da construção civil esclarecendo o que tange à
apropriação dos materiais. Hoje eles têm que fazer um cronograma financeiro
muito complexo, a maior parte dos contribuintes não utiliza e acaba não podendo
apropriar o material no desconto do ISSQN. Então nós estamos simplificando essa
situação para que hoje eles consigam fazer. Então, também estamos legalizando a
forma de dedução dos materiais na apuração da receita real.
Nós
estamos deixando essa sistemática mais fácil e nós estamos também deixando
claro na receita presumida como é que se faz a dedução da subempreitada, para
que fique mais transparente na hora de fazer o cálculo.
Na
área de serviços de Saúde nós temos várias disposições que fazem redução de
base de cálculo, e elas são, inclusive, cumulativas. Ocorre que com a Emenda
Constitucional nº 37 houve uma legislação específica do ISSQN e colocaram
alíquotas mínimas e máximas. Alíquota mínima de 2% e não se permitiu nenhum
tipo de isenção e benefício para o ISSQN que levasse a uma alíquota efetiva
menor que 2% enquanto não tiver uma Lei Complementar Federal regulando. O
intuito disso é diminuir a guerra fiscal. Então, o que acontece? Várias dessas
disposições que têm lá são ineficazes porque geram alíquotas menores que 2%.
Qual é a opção que nós estamos dando? Simplificar tudo isso. Tirar as reduções
de base de cálculo e deixar a alíquota efetiva em 2%. Simplifica o cálculo,
simplifica inclusive para a fiscalização e para o próprio contribuinte.
E
também nós estamos trazendo para dentro da legislação uma disposição que tem na
Lei das cooperativas que trata o ato cooperativo. O ato cooperativo não faz
parte da base de cálculo, às vezes gera muitos problemas, muita discussão, e
nós estamos trazendo para dentro da própria Lei Complementar nº 07 essa
disposição. Então estamos colocando que os serviços que são cooperados não têm
o ato cooperado na base de cálculo.
Nós
temos também uma multa por número de eventos. São algumas multas que acontecem
quando o contribuinte não emite nota fiscal ou não entrega uma declaração e
elas vão se acumulando conforme acontecem esses eventos. Não existe um teto
para isso, já aconteceu de um contribuinte ser fiscalizado e autuado e essa
multa tomou valores muito desproporcionais, exatamente porque não existe um
limite máximo na lei. Nós estamos colocando este limite máximo para evitar que
a multa acabe gerando um efeito maior do que o desejado. Também temos uma multa
com uma função didática de evitar que o contribuinte movimente toda a máquina da
Fazenda para pegar talonário de nota fiscal e eles não estão utilizando, eles
não são contribuintes do serviço. Acontece que, por um descuido, na época em
que se colocou esta multa ela ficou desproporcional, ficou superior, inclusive,
à multa para quem não emite nota fiscal. Então nós estamos reduzindo isto para
haver uma proporcionalidade entre a infração cometida e a penalidade aplicada.
Uma
ferramenta muito importante na arrecadação e fiscalização é a substituição
tributária. Estamos fazendo duas alterações com relação à substituição. Estamos
ampliando para as empresas seguradoras, porque elas vão se tornar substitutas
tributárias tanto do que elas tomam de serviços, quanto do que elas pagam. As
seguradoras pagam muitos sinistros de acidentes, e como a relação econômica
passa por elas, a gente está querendo aproveitar esta oportunidade para fazer a
arrecadação do imposto naquele momento.
Estamos instituindo mais três novas hipóteses de
substituição tributária, levando em consideração que são áreas educacionais,
hospitais, hotéis que estão terceirizando bastante, são estruturas grandes,
estruturas que podem controlar muito bem isso, e elas podem ressarcir-se
economicamente do fato da substituição tributária, e para nós é uma ferramenta
importante no controle da arrecadação. Tudo isso são mecanismos que a gente
consegue trabalhar para aumentar a arrecadação sem interferir na carga
tributária, o que é muito importante.
Em relação à isenção, nós temos na disposição de
isenção para um táxi: o profissional autônomo, proprietário de um táxi, é
isento. Mas acontece que quando ele tiver mais de um táxi, e às vezes acontece
dele falecer e a viúva não poder dirigir – fica com o táxi e tem que contratar
alguém -, e aí ela não pode usufruir o benefício. Estamos mudando a regra da
isenção para que possibilite, não só ao profissional autônomo, proprietário de
um único táxi, mas ao proprietário de táxi que não necessariamente o dirija, o
uso do benefício da isenção.
Estamos
aumentando os valores mínimos para recursos de ofício ao TART. Qual a função
disso? Diminuir a carga de trabalho do Tribunal e conseguir enviar a ele o foco
só naquelas reclamações, naqueles recursos que dizem respeito a grandes
valores; também facilita muito aos contribuintes que têm valores a restituir e
que ficam esperando a decisão de primeira instância e depois têm que esperar o
recurso de ofício ao Tribunal. Então, são valores que não são tão elevados, a
gente está aumentando esses valores para que só vão efetivamente para o
Tribunal valores expressivos, para que ele tenha um foco de atuação bem no que
for relevante.
Por
fim, nós estamos, como o Secretário ressaltou, fazendo uma adaptação necessária
na nossa Legislação com relação ao Simples Nacional.
Primeira
questão, nós estamos esclarecendo a situação do contribuinte que opte pelo
Simples Nacional. Esse contribuinte, quando ingressa nesse tipo de
tributação, ele fica adstrito só à legislação federal, no que tange à alíquota
e à distribuição da base de cálculo, e quando ele é substituído, a substituição
tributária rege-se pela nossa Lei. Para deixar claro – e isso já foi largamente
colocado quando se fala do Simples Nacional – para o contribuinte: dentro da
nossa legislação nós optamos por colocar um dispositivo para que o contribuinte
que leia a nossa legislação saiba qual é a relação dele com o Município no que
tange ao Simples Nacional.
Nós estamos também definindo – essa é uma
função que nos coube pela Lei Complementar n.° 123 - o valor do imposto para os
escritórios de serviços contábeis. Nós estamos fazendo uma metodologia de
cálculo muito próxima a da sociedade de profissionais, o que era mais ou menos
o intuito quando eles entraram na Lei Federal. Estamos também estipulando as
regras procedimentais para as impugnações dos atos contra os contribuintes do
Simples Nacional. Isto também é uma resolução do Comitê Gestor: nós temos que
regrar como é que vai ser feito: quem é que vai julgar, se vai ter recurso ao
Tribunal. Então nós estamos colocando de forma clara na nossa legislação para
que o contribuinte do Simples também saiba quais são as regras que tangem a
ele.
Srs.
Vereadores, de forma bem sucinta: o Projeto de Lei é muito simples, ele trata
de pequenas questões bem pontuais e de forma bem simples.
Nós
estamos possibilitando ao pessoal do “Proesporte“– é uma demanda que ocorreu;
muitos contribuintes do Projeto Proesporte são pequenos empresários - ingressar
no Simples. O pessoal do Simples Nacional vai poder ingressar no Projeto
Proesporte para facilitar aos esportistas obterem os recursos. Também estamos
disciplinando – isto é muito importante - a revogação da Lei Complementar n.°
207, que é a nossa isenção de micro e pequenas empresas. Nós entendemos que
simplesmente deixar acontecer o que está previsto na Constituição, de ela
deixar de existir em julho, seria muito penoso para as microempresas, porque
este primeiro momento é um momento de transição, muita gente perdeu o prazo
para ingressar no Simples Nacional, e, de uma hora para outra eles iam ficar
pagando o tributo municipal sem ter uma capacidade contributiva efetiva. Então,
estamos prorrogando até o final do ano a nossa isenção. Aí eles vão ter a
segunda oportunidade, na janela de janeiro, quando estiver tudo assentado e o
pessoal conhecendo bem as relações com o Simples Nacional. Então, eles poderão
aderir, e aí, sim, a gente dá razão a nossa Constituição Federal, e ela passa a
ser revogada. Então, pessoal, era esta a apresentação do Projeto de Lei. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver.
Aldacir Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, estamos, hoje, aqui, com a comunidade do Morro da Cruz, e a estamos
recebendo na sala da Presidência, juntamente com a Comissão de Saúde, até
porque fechou o posto de saúde do Estado lá, e a Comissão de Saúde desta Casa
vai se engajar para poder resolver o problema. Agradecemos pela sua atenção.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito
obrigado, Vereador. A comunidade do Morro da Cruz é muito bem-vinda a esta Casa.
Queremos informar a presença dos alunos da
Instituição de Educação Infantil Maria de Nazaré. São 50 alunos que nos
visitam, juntamente com as Professoras Juanita Oliveira e Eulina Antunes. Essa
atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa
disponibiliza às escolas de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Sejam
bem-vindos os alunos a esta Casa. (Palmas.)
O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Ver. Nedel, Presidente dos
trabalhos; meu caro Secretário Cristiano Tatsch, meus dignos servidores da
Fazenda do Município, eu gostaria de obter um aprofundamento, principalmente na
questão da chamada substituição - e aqui fala o Líder da Bancada do PT, que faz
oposição nesta Casa, mas que tem feito um trabalho no sentido de ajudar a
cidade de Porto Alegre a ter os recursos necessários, o trabalho de fiscalizar,
que é o nosso papel. E acho que o papel do Vereador, meu caro Secretário, é de
ser fiscal da coisa pública, independente de situação ou oposição - fiscalizar,
sim, mas apresentar proposições. Parece-me que a substituição pode ser uma
importante ferramenta no combate à sonegação.
O senhor se referiu, há pouco, à questão, por
exemplo, da hotelaria, que terceiriza serviços, hoje, como nunca terceirizou,
porque o mundo do trabalho se modificou dramaticamente. Isso pode levar os
senhores, os servidores e a própria Secretaria a terem um controle muito maior
sobre um conjunto de outras atividades; por exemplo, na questão da
terceirização, principalmente de algumas chamadas cooperativas, pois nós
sabemos que temos boas e más, como temos boas e más empresas; no entanto, temos
graves problemas, e esta Casa vivenciou uma dessas questões, há dois anos,
aqui. Então, parece-me que seria importante explicar em que nível se dará isso,
qual é o grau de compensação. Eu acho justo, acho necessário, porque, na
verdade, nós manteríamos os 5%, se entendi bem, dos serviços, por exemplo, de
hotelaria, hospedagem, nessa área, mas teria um processo de substituição. Acho
que isso é algo extremamente importante.
Às vezes, parece-me que a gente deveria ter algumas
atividades, Secretário Tatsch, dirigidas a alguns segmentos, quando surgem
problemas, verificando se esses setores envolvidos em denúncias e problemas, em
geral, que aparecem - como a Secretaria da Fazenda poderia fazer uma
força-tarefa e ajudar, porque eu acho que, no fundo, no fundo, isso deveria
estar no cofre da Prefeitura. Às vezes, quando está, nós temos, infelizmente,
os ralos, que nós sempre combatemos e sempre discutimos; agora, o pior é quando
nem entra; então, você não tem nenhum controle. Parece-me que esses mecanismos
são corretos, mas, como o Projeto é bastante longo. Eu gostaria - a minha
Bancada se reúne semanalmente, e, se possível, antes da votação - que nós tivéssemos um momento para
colocar um conjunto de dúvidas e, talvez, alguns pormenores que nós possamos
ter em relação a este Projeto, porque nós já demos o o.k. de que
votaremos o Projeto, temos interesse em discuti-lo, mas é importante que todos
nós saibamos exatamente o que nós estamos votando.
Outra
questão que eu preciso saber, que é importantíssima, é essa questão dos
empréstimos. Não sei bem, Cristiano Tatsch, como definir os empréstimos, porque
agora você pode chegar a uma loja, e, através de um cartão, fazer um
financiamento. Como fica esta questão? Isso me parece que pode ser um elemento
grande de fuga de divisas de Porto Alegre. Não seria justo se isso estivesse
acontecendo e nós não tivéssemos os mecanismos necessários para tratar essa
questão. Nós não merecemos esse tipo de subterfúgio, porque o povo está pagando
isso, e tem que voltar como tributo para a Prefeitura. Então, eu gostaria que
houvesse algum tipo de discussão sobre o tema; se for impossível responder
neste momento, eu gostaria de marcar uma reunião com V. Sas.
Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
O
Secretário Cristiano Tatsch está com a palavra.
O
SR. CRISTIANO TATSCH: Ver.
Adeli, em primeiro lugar, é louvável a sua iniciativa, a questão de controle de
tributos é o nosso trabalho. Nós conseguimos, através do acompanhamento, por
exemplo, da receita do ICMS do Estado, reverter a tendência de queda que o
Município estava verificando até 2004. Já em 2005 e 2006 nós conseguimos
reverter isso, e Porto Alegre passou a ter um incremento na arrecadação de
ICMS, fundamentalmente, porque se passou a controlar e se fez uma pesquisa,
nota por nota, daquilo que o ICMS estava reconhecendo como cobrado em Porto
Alegre. Enfim, o que eu quero dizer com isso é que nós estamos empenhados nessa
busca.
O
segundo ponto, é que V. Exª pode marcar e nós estamos absolutamente à sua
disposição para ir à Bancada do PT para esclarecer toda e qualquer dúvida em
relação a este Projeto que nós estamos encaminhando. Nós vamos, inclusive,
deixar estas cópias, as transparências que foram aqui apresentadas, mais o
Projeto. Portanto, estamos à sua disposição.
Em
terceiro lugar, quanto à questão de tributação do CDC, Crédito Direto ao
Consumidor, eu pediria que o Dr. Sedinei falasse sobre isso, mas poderemos
aprofundar na própria reunião da Bancada. Acho que seria mais fácil. Então,
Vereador, imagino que, na semana que vem, estaremos à sua disposição para a
discussão do Projeto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Sr. Secretário,
acho oportuno fazermos algumas menções. Nós estudamos bastante o Projeto, não
que a gente tenha conseguido entendê-lo completamente.
Quanto
à parte referente ao Supersimples, Dr. Sedinei, tenho a impressão de que ela é
muito oportuna. O Supersimples foi uma vitória, uma conquista do Brasil. Temos
53% da população economicamente ativa, no País, na informalidade. Qualquer
coisa que façamos para facilitar a inclusão desses informais significa grandes
ganhos. O Supersimples Nacional fez isso. Nós estamos tendo problemas no
Governo do Estado de fazer a adaptação da legislação estadual para aproveitar o
Supersimples. Estou vendo que o Projeto, em nível municipal, resolve esse
problema. É uma vitória, é um trabalho de vocês que tem de ser reconhecido. A
solução dada pelo Município de Porto Alegre para ajustar a sua legislação tributária
ao Supersimples me parece adequada. Se houver alguém com opinião contrária,
gostaria, até, de algum esclarecimento.
Um
segundo aspecto diz respeito a uma iniciativa que a Prefeitura de Porto Alegre
vem tomando há algumas gestões. Esta Casa teve a ousadia de aprovar um Projeto
encaminhado pelo Executivo, que reduziu alíquota de serviços de informática em
60%. Passados três anos, nós temos a constatação de que a atividade de
informática cresceu tanto que a arrecadação, mesmo sobre uma base muito menor,
aumentou 7,3%. Ou seja, a alíquota reduziu, e a arrecadação aumentou. Isso é
uma confirmação de uma teoria econômica, de um sujeito de Chicago, chamado
Arthur Laffer, ainda vivo, que diz exatamente este conceito: menos imposto,
maior a arrecadação.
O
terceiro aspecto, Sr. Secretário, diz respeito a continuar essa política de
fazer alguns testes, de modo que consigamos implementar um aumento de receita
pelo aumento da base, como foi falado no discurso de abertura.
A
sua Secretaria já encaminhou a esta Casa, no ano passado, a redução da base de
cálculo de dois setores da economia; recapagem de pneus e agências de
publicidade.
Nós
sabemos que os resultados ainda não apareceram, mas, afinal de contas, se
passou apenas um ano, e precisa um pouco mais do que isso, conforme a gente
pôde ver na Informática. Eu acredito que o próximo passo é um passo importante;
diz respeito às empresas de engenharia e consultoria, que, ao longo do tempo,
foram para as cidades limítrofes. Essas empresas precisam ser atraídas de volta.
Existe uma grande empresa que já teve 700 funcionários, já não tem mais esse
porte, mas é uma empresa considerável e que já manifestou a intenção de
regressar a Porto Alegre, tão logo ela tenha as mesmas condições tributárias
que possui na sua atual sede. Eu acredito que esse seria um passo ousado;
agora, precisamos dimensionar como isso vai ser feito. Eu vi um prazo, dia 31
de dezembro de 2008, talvez o prazo seja um pouco exíguo. Qual é o empresário,
eu pergunto, que no dia 1º de janeiro, quando for publicado e entrar em vigor a
concessão, vai se dispor a transportar uma empresa de 300 funcionários, para
Porto Alegre, tendo como garantia somente 12 meses de incentivo? Eu acredito
que a medida está correta. Talvez a gente tenha que adequar um prazo. Eu acredito
que nisso vai haver flexibilidade por parte da Secretaria, para que a gente
consiga. Eu tenho convicção, eu sou engenheiro, e acredito que a atividade de
consultoria e projetos se assemelha muito à atividade intelectual da
Informática, e ela pode ser desenvolvida em qualquer lugar. É diferente de uma
atividade industrial. Agora, mobilizar, trazer para Porto Alegre uma atividade
que se baseia em cérebros, isso acontece muito rapidamente, e acredito que nós
teremos o sucesso que já tivemos com a área de Tecnologia. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Ver. Newton Braga Rosa.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Nedel; Sr. Secretário Tatsch e demais pessoas da equipe que o
acompanha, da Prefeitura, da Secretaria da Fazenda, nós também vamos discutir a
matéria na direção do que foi levantado aqui, o ponto em debate. Analisando,
ainda que preliminarmente e brevemente, o Projeto, nós identificamos, também,
uma contrariedade ou uma não-observância da Lei Orgânica do Município, que
determina isenções sem prazo determinado. E o § 3, do art. 113, da Lei Orgânica, determina
que as isenções só podem ser dadas por prazo determinado; portanto, há um
problema aí que precisa ser corrigido e estamos discutindo uma emenda para o
caso – então há essa e outras questões também dessa natureza que poderão
implicar em futuros problemas ou incorrência em ilegalidades.
Da mesma forma, também ouvi atentamente aqui a
manifestação do Ver. Newton Braga Rosa, e compactuo e compartilho da mesma
opinião sobre a questão da redução dos tributos, que está definida por um prazo
de 12 meses. Creio não ser também, no que se refere às empresas de consultoria,
um prazo suficiente para que seja atrativo, que seja determinante para que as
empresas que hoje estão sediadas nas cidades vizinhas a Porto Alegre façam a
transferência de suas matrizes, de suas sedes, e retornem a Porto Alegre.
Portanto, acho que é um elemento também que deve ser melhor informado, melhor
estudado, para que tenhamos os elementos e possamos fazer com que a medida aqui
tomada sirva de incentivo de retorno a essas empresas que migraram para as
cidades vizinhas. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver.
Carlos Todeschini.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. João
Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos; Secretário Tatsch e demais
assessorias, o nosso cumprimento. Quero cumprimentar especialmente o Ver. João
Antonio Dib, que me dá uma força toda vez que venho falar de tributos, porque
ele já foi Prefeito, foi Secretário, acho que talvez seja por isso. Não venho
evidentemente para fazer críticas, mas para um desabafo: Porto Alegre, já faz
muito, muito tempo, espantou as indústrias da Cidade e ainda não parou de
espantar. Não adianta; se não cativarmos o empresariado, ele vai se instalar,
vai produzir na cidade vizinha, e Porto Alegre permanecerá sendo, e vai ser
cada vez mais, se nós não mudarmos, uma cidade-dormitório. Nós temos de ouvir o empresariado. O
empresariado não é inimigo; é amigo, é parceiro. Todos querem colaborar.
Evidentemente que o Executivo, aquele que tem a incumbência de cuidar dos impostos
da Cidade, não precisa se curvar, mas ao menos ouvir. E, se ouvir, vai se
conscientizar de que o empresariado é parceiro, com certeza. Tanto é que faz
muitos anos que estão indo fazer parceria com a grande Porto Alegre. Eu
acredito muito no trabalho da sua equipe, no seu trabalho, ainda que às vezes a
gente venha a divergir em algumas coisas, é próprio disso. Às vezes a angústia
de ver as coisas resolvidas nos leva ao extremo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
Sr. Secretário Cristiano Tatsch está com a palavra para as suas considerações
finais.
O
SR. CRISTIANO TATSCH: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, aqueles que ocuparam a tribuna, muito obrigado
pelas suas ponderações. E, mais uma vez, Sr. Presidente, nos colocamos à
disposição, inclusive das várias Bancadas, para esclarecimentos adicionais, se
necessários. Muito obrigado, senhoras e senhores.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Nós
agradecemos pela presença do Sr. Secretário Dr. Cristiano Tatsch, do Sr.
Sedinei Antunes de Souza Júnior e do Dr. Rodrigo Fantinel. Muito obrigado. Esta
Câmara sempre continua à disposição dessa Secretaria para o bom andamento da
sua área e da população. Muito obrigado.
(A
Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Passamos
ao
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente, quero
agradecer ao Ver. Elias Vidal, que cedeu seu tempo para que eu pudesse falar,
neste momento, nesta tribuna. Não falei no período de comparecimento do
Secretário Cristiano Tatsch, mas queria parabenizar o Sr. Secretário e os Srs.
Diretores da Secretaria da Fazenda, que estiveram aqui conosco, realmente dando
uma aula sobre todas as questões apresentadas no Projeto de Lei que trata do
ISSQN. Acho que, a partir deste momento, nos apropriamos das informações
necessárias para agilizarmos a votação desse Projeto, relembrando que, há
alguns dias, nós repudiamos, nesta Casa, a postura de um Juiz de Direito do
Estado de Minas Gerais, que, colocando-se contra a aprovação de uma Lei Federal
- a Lei Maria da Penha -, colocava-se na defesa dos atos de violência cometidos
contra as mulheres. Nós, quando aprovamos esta Resolução, encaminhamos ao
Conselho Nacional de Justiça, entre outras instâncias do Poder Judiciário, e
vimos na imprensa, no dia de ontem, que o Conselho Nacional de Justiça abriu um
inquérito que seguramente resultará no afastamento de um Juiz de Direito, que
tem como função precípua a aplicação e o cumprimento da lei, e que se colocava
exatamente contra uma lei aprovada em resultado de uma enorme mobilização de
todas e de todos aqueles que lutam pela garantia dos direitos humanos das
mulheres.
Queria
passar uma informação: tive a oportunidade, no dia de ontem, de participar de
um Seminário Internacional, que acontece na nossa Cidade, promovida em parceria
entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a Rede URBAL, que é exatamente a
Rede que aproxima os países da União Européia e os países Latino-Americanos, em
cima de alguns temas específicos. Esta reunião acontece em Porto Alegre,
seguramente, porque trata de um tema extremamente importante, que é a questão
da capacitação dos agentes para o exercício da gestão democrática em nível do
poder local. As experiências, os avanços, os aprimoramentos feitos pela
Prefeitura de Porto Alegre nesta gestão têm sido um modelo, e esta experiência
de Porto Alegre atrai para a nossa Cidade, neste momento, prefeitos de várias
cidades européias, governadores da região da Toscana, na Itália, e vários
países latino-americanos, que exatamente discutem, e vêm aqui conhecer toda a
experiência de aprimoramento do processo democrático no nosso Município. Eu
destaco como relevante, e exatamente é o que tem chamado a atenção
internacional sobre a nossa Cidade, primeiro essa questão de sustentabilidade
dos programas de democracia.
Infelizmente
é muito comum, quando começa um Governo, no Brasil, de se destruir os projetos
em andamento dos governos passados, ou, no mínimo, mudar os nomes e tentar se
apropriar dessas iniciativas. O fato de a Prefeitura de Porto Alegre, na gestão
José Fogaça, ter dado continuidade à experiência histórica construída com a
população de Porto Alegre no que se refere à questão do Orçamento, é uma
experiência que chama a atenção de outras cidades latino-americanas e
européias.
Eu
acho que todo o aprimoramento do processo democrático, a instalação em Porto
Alegre de um observatório da democracia representativa e participativa, e a
terceira questão que coloca Porto Alegre na linha de frente desse debate
internacional é o fato de nós valorizarmos a informação e a capacitação das
pessoas que se dispõem a participar dos processos da gestão local. Porque nós
sabemos que se os representantes das comunidades, os representantes dos
conselhos, os representantes do Orçamento Participativo não tiveram a
possibilidade de acessar as informações, quer sejam as informações do conjunto
da Peça Orçamentária ou as informações do conjunto das políticas públicas, da
qual o Poder Público é responsável, as suas decisões serão minorizadas, porque
fica meramente local, e evidentemente a informação como pano de fundo é
fundamental para uma opção mais justa, mais adequada e mais democrática.
É
fundamental também o fato de a Prefeitura de Porto Alegre ter desenvolvido,
nesta gestão, a concepção de que a informação é importante, mas não é
importante apenas para que os agentes comunitários absorvam as
informações públicas, mas é importante principalmente para que, no bojo da
elaboração dos projetos, haja a participação da sociedade na construção da
informação. Acho que isso aponta para caminhos de construção de um cidadão
gestor dos programas das cidades, e não apenas de um cidadão reivindicativo em
relação ao Estado. Em Porto Alegre, hoje, procuramos romper com aquele conceito
de Estado visto pelo cidadão apenas como provedor, como responsável, dentro de
uma visão absolutamente tradicional e paternalista do papel do Estado. Acho que
hoje os Municípios cumprem, em nível internacional, novos papéis, e aqui nesta
Casa, inclusive, temos desenvolvido, ao longo dos últimos anos, várias legislações
que tratam de questões humanitárias, de questões que não são atinentes
especificamente à questão da área de abrangência do Município. Eu acho que isso
está em sintonia com uma postura das pessoas que defendem a democracia local e
que estão elaborando esse papel, que é o conceito da diplomacia das cidades. E
é esta a responsabilidade que os Prefeitos, que os Secretários dos Municípios,
que os Vereadores começam a colocar para si, como também os membros das redes
internacionais que congregam as cidades como espaços democráticos, espaços
construtores, inclusive, das suas economias. Evidentemente que sabemos que num
processo de globalização tão intenso quanto o que vivemos hoje, nenhuma
discussão sobre localidade pode ser isolada da questão internacional, da
questão dos poderes concentrados hoje em cima dos grandes países. Porém, várias
cidades do mundo, vários executivos, várias gestões municipais deste momento,
por exemplo, a Prefeitura de Porto Alegre, a Prefeitura de Roma, a Prefeitura
de Vancouver, a Prefeitura de Bologna, a Prefeitura de Paris, de Lyon, enfim,
são Prefeituras hoje reconhecidamente protagonistas dos processos de
modernização de crescimento a partir do desenvolvimento das suas
potencialidades, inclusive da qual Porto Alegre hoje faz parte contribuindo,
praticamente, teoricamente com a nossa experiência. É isso que permite que
Porto Alegre seja a sede de um evento que procura exatamente capacitar os
gestores para o exercício da sua democracia. Eu tive o privilégio de estar
presente nesse seminário internacional, coordenado pela Prefeitura de Porto
Alegre, e pude dizer, naquela oportunidade, dos conselhos que defendo, que são
exatamente relativos à interface existente entre a democracia representativa e
a democracia participativa. Na minha avaliação sem essa interface e sem essa
correlação entre as duas não estaremos avançando na construção de um estado
efetivamente democrático. Isso é muito importante porque o Brasil - todos nós
sabemos - vive um momento gravíssimo de concentração de poder político e
econômico em nível do Governo Federal.
Então a organização das cidades e dos municípios
pela sua autonomia real são passos importantes na descentralização e na
democratização brasileira. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra em Grande Expediente, por cessão de tempo do Ver.
Elói Guimarães.
O SR. DR. GOULART: Srª
Presidenta, Ver. Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
que dificuldade temos encontrado para pesquisar os dados do Orçamento da saúde
em nível municipal, estadual e federal. Não é verdade que é uma transparência;
é uma inverdade que é uma transparência, mesmo porque eu até fico curioso para
saber como é que o Ver. João Dib consegue alguns dados, porque, lá pelas
tantas, eles querem que se coloque na Internet, porque é a única maneira que a
gente tem de acessar, porque não adianta a gente pedir, não adianta perguntar
para ninguém uma senha... Mas que senha é essa? Quem é que dá a senha? Quem
distribui a senha? Quem é que tem direito à senha? Então, ficamos na madrugada
tentando pesquisar os dados da Saúde, e quando chegamos num determinado
momento: empaca, não vem! Não existe transparência, os Governos não querem
mostrar como é gasto o dinheiro e como é recebido o dinheiro da Saúde!
A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Para sua informação, até para V. Exª poder
acessar melhor esses dados, ainda na manhã de hoje, o Secretário Adjunto de
Programação Orçamentária que, casualmente, é o Secretário do seu Partido,
passou a manhã inteira nesta Casa, discutindo, na Comissão de Finanças, esses
dados. É uma pena que a sua assessoria não tenha lhe passado essa informação,
muitos Vereadores estavam presentes.
O SR. DR. GOULART: Está bom,
muito obrigado. Mesmo, porque, nessa Comissão onde ele se apresentou, não era
obrigação minha estar lá naquele momento. Continua sendo um código secreto,
continua! Porque, se eu tenho que ir à Comissão, que não é a minha Comissão,
para me informar, é porque não querem que eu saiba! Tem é que estar na
Internet! Tem de estar ali! Dois mais dois igual a quatro, assim que tem de
estar, mas não está em nenhum nível! Não se ofenda, Srª Verª Clênia Maranhão,
não é com o Governo Fogaça, é com todos os Governos!
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, eu entendo a sua
posição, V. Exª quer mais transparência, não é? É o que está faltando.
O SR. DR. GOULART: É verdade, V.
Exª tem razão, para eu poder chegar aqui e entender o que é que está
acontecendo.
Bom, se por acaso alguma autoridade estiver me
ouvindo, me mande dizer qual é a senha, como é que um pobre Vereador, de uma
humilde Bancada, que defende a Saúde, tem direito a essa senha. Autoridade
tanto em nível federal, quanto estadual, quanto municipal, por favor, digam!
Por que é que eu estou falando aqui na tribuna? Porque esgotei os acessos via
Internet - que é a modernidade: “veja via Internet” - e não tem nada em
Internet nenhuma, não tem, não é verdade! É uma inverdade.
Importante que vocês precisam saber como é que são
pagos os acessos à Saúde. Como é que são pagos os acessos à Saúde? Como é que
um cidadão tem pagado o seu atendimento de Saúde? Como? Se ele tem dinheiro,
uma fortuna, ele paga consulta, paga os exames, paga a internação. É assim que
uma minoria, mas muito minúscula, mas muito pequenininha, da população é
atendida. De uma outra maneira, entre
25% e 27% dos brasileiros são atendidos através de planos de saúde e
assemelhados, fazendo de conta que plano de saúde é cigarro e assemelhados -
não fume charutos, cigarros e assemelhados. Então se paga lá por mês uma
quantia tal, depois os planos de saúde, dependendo da sua seriedade, dão mais
ou menos dias de internação, mais ou menos dias de UTI, exames e cirurgia. E o
SUS? Ah! O SUS é um número...
O
SR. DR. GOULART: Perfeito,
bela intervenção. Existe uma chave, que é a compensação que o plano de saúde
tem que pagar para o atendimento ao seu assegurado que é prestado pelo SUS,
mormente em acidentes de automóveis, em urgências que usam o Pronto Socorro,
quem deveria pagar seria o plano de saúde, mas quem acaba pagando é o SUS. Qual
foi a última interpretação que me deu o Secretário de Saúde anterior ainda?
“Goulart, é muito mais caro se acionar um bureau para se cobrar isso do
que o que se vai receber.” Então existe um monte de dinheiro que os planos de
saúde estão devendo para o SUS, V. Exª tem razão. Poderíamos até um dia nos
debruçar mais profundamente sobre isso, porque o dinheiro no âmbito municipal
nos interessa muito. Como é que se recebe no SUS? Isso o povo tem que saber. Começa
que ninguém paga o SUS. Aí todo mundo diz: “Estou descontando INSS, tenho os
meus direitos na Saúde”. Não, não! INSS a gente desconta aqui no contracheque
para a aposentadoria. O SUS vem da Seguridade Social, vem dos impostos que nós
pagamos, por isso é que todo mundo tem direito ao SUS, inclusive um estrangeiro
que compre um refrigerante, ou compre uma taça com pão e manteiga aqui no nosso
País. Quem compra alguma coisa está contribuindo com a Seguridade Social. Tem
algum dinheiro que vem da RAIS, tem outros que vêm dos empregadores, mas nós,
diretamente, não descontamos mais, mas temos direito através dos impostos que
temos. Como é que são pagos esses serviços? Vamos pegar os médicos, como é que
os médicos ganham dentro do SUS? Eles ganham de duas maneiras. Quer dizer, “não
ganham” de duas maneiras! Primeiro, são médicos assalariados. Quais são eles?
Os médicos do Grupo Hospitalar Conceição, por exemplo, são assalariados, ganham
um salário x. Se eles operarem dois pacientes, eles ganham x; se eles operarem
mais vinte pacientes, eles ganham x; se eles operarem mais setenta pacientes,
eles ganham x, ganham a mesma coisa. É a única profissão comunista do Brasil,
porque, se tu atenderes oitenta ou cinco, tu ganhas o mesmo salário. Agora,
existe uma outra maneira, que é o chamado Código 7, que é o médico que opera um
caso e ganha um valor mínimo por essa cirurgia, tipo R$ 1,99. Se, por acaso,
ele fizer 70 cirurgias, pode ganhar um salário mais ou menos razoável.
E
aí nós temos que entender como é que funciona a Saúde, a Saúde não tem
atrativos, não existe se diferenciar através de mestrado ou doutorado, não
existe plano de carreira, não existe interesse nenhum dentro da Saúde. Então os
senhores imaginem como é que nós podemos cobrar resultados, quando nem a estrutura
pública está preparada para amparar os seus funcionários. Isso teria que ser
dito num determinado momento, e hoje foi o dia que eu escolhi para dizer.
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega Ver. Goulart,
quero parabenizá-lo por trazer esse tema dessa maneira objetiva, clara e
transparente. A título de colaboração, quero dizer que a gente fica triste
quando vê, numa notícia, que determinada parte da Medicina ainda não pode ser
usada pelo SUS, porque é muito cara. O povo paga, paga, mas é tratado só com
aquela Medicina que é mais barata, não aquela que ele precisa para se salvar.
Mais uma vez, agradeço a oportunidade e o parabenizo por trazer esse assunto da
maneira como V. Exª está trazendo.
O
SR. DR. GOULART: Muito
obrigado. Vai encerrar o meu tempo, esse assunto é um assunto complexo, que bom
que os Vereadores acolheram e entenderam que é um assunto para debate. Hoje foi
o capítulo número um, falei a primeira vez sobre esse assunto. Da próxima vez
que eu tiver dez minutos à minha disposição, pois esse assunto se presta para o
Grande Expediente, porque tem que se falar no mínimo uns dez minutos, estarei
trazendo aqui esse tema para a nossa discussão, para que a gente comece o ano
de 2008 entendendo o que acontece com a bendita Saúde do Brasil, porque ela é
constitucional. O povo brasileiro pediu para os Deputados e para os Senadores
dizerem na Constituição que saúde é um direito do povo e é uma obrigação do
Governo. O povo está esperando seu direito até agora, e os Governos não querem
acatar a Emenda nº 29 de 2000, que traria a redenção para a saúde do povo
brasileiro – o que mais adiante explicarei.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Goulart.
Encerrado
o Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde
a todos, Verª Neuza Canabarro, dirigindo a Sessão; colegas Vereadores e
Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, o mais surpreendente da fala do
Ver. Humberto Goulart sobre a não-transparência na Secretaria da Saúde do
Município é que o Secretário é do Partido do Ver. Humberto Goulart, é
Vice-Prefeito da Cidade e, portanto, a questão fica mais complicada ainda
quando a gente ouve V. Exª, que é médico também. Então isso nos deixa, de fato,
muito apavorados com a situação, Ver. João Dib.
Na
Sessão de ontem, usando o tempo de Liderança do meu Partido, eu expressei a
minha alegria ao verificar uma série de dados da economia no nosso País, por
exemplo, a criação de trabalho com carteira assinada: até o final do mês de
outubro, foram criados no Brasil um milhão e 800 mil empregos com carteira
assinada, o que, aliás, é inédito. No período do ex-Presidente Fernando Henrique
Cardoso se chegou a 800 mil por ano, e agora, até outubro, chegou-se a um
milhão e 800 mil novos empregos. E o Ver. Dib logo em seguida me rebateu,
dizendo que não sabia onde estavam esses empregos, porque as pessoas chegam ao
gabinete dele pedindo emprego. Eu não disse, colega Ver. Dib, que o desemprego
no País havia acabado, seria um absurdo dizer isso! Portanto esse processo vai
permanecer durante muito tempo, até porque, no período do ex-Presidente, oito
anos, e de vários outros Presidentes que V. Exª apoiou, o crescimento da
economia era quase nulo. Mas trago dados, está aqui o jornal Zero Hora do dia 8
de novembro: (Lê.) “Sobram vagas e falta mão-de-obra no País”, segundo
levantamento do Ipea. No jornal Zero Hora, de 23 de outubro, informou que o
desemprego cairá mais até o fim do ano, segundo o informe dado pela pesquisa de
emprego e desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre, que é uma
publicação da Fundação de Economia e Estatística do nosso Estado. Em agosto de
2007, o jornal publica que a ocupação mantém-se em crescimento. E crescimento
como nunca houve. (Mostra o documento.) Eu só falo em cima de números, de
dados, Ver. Dib, e é evidente que nós vamos ter que crescer mais ainda, para
que o desemprego no País chegue a um número muito baixo, já que nunca deixará
de existir, porque enquanto nós estivermos no capitalismo, Ver. Dib, esta é a
regra: vai sempre haver desemprego.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu informei
que, anualmente, entram no mercado de trabalho quatro milhões de jovens.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Não,
um milhão de jovens!
O
Sr. João Antonio Dib:
Para um milhão e 800 mil, ficam faltando dois milhões e 200 mil. A Grande Porto
Alegre tem 270 mil desempregados.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito!
Mas o número de V. Exª está errado. Entram por ano, no mercado de trabalho, um
milhão de jovens. Mas, de qualquer forma, durante muitos anos de crescimento
baixíssimo, 800 mil empregos foram criados pelo Presidente Fernando Henrique
Cardoso - estamos devendo muito! Nós vamos precisar de mais dez anos, quinze
anos crescendo bastante para chegar a um valor aceitável de desemprego.
Mas
eu quero mudar de tema e dizer que a nossa Bancada começou a analisar muito
atrasadamente, porque muito atrasado foi mandado o documento pela Prefeitura -
o que é uma tradição da Administração Fogaça -, por isso eu criei esta imagem:
uma tartaruga manca. Só agora, em outubro, mandou-nos o relatório, o anuário do
ano 2006, que era, historicamente, publicado e mandado para a Câmara de
Vereadores em março! Chegou em outubro! E nós vamos analisar com muita calma,
apenas começamos.
Só
para mostrar os números da SMOV, Ver. Brasinha, para dizer aquilo que eu já
mostrei com o Orçamento. Agora, estão com os números vindos da própria SMOV.
Para dar uma idéia a Vossa Excelência: na construção de novas vias públicas, em
2003 e 2004, nós fizemos 351 mil metros quadrados, com todo o tipo de
pavimento. Sabe quantos foram feitos em 2005 e 2006? Foram feitos 229 mil
metros quadrados; menos 35%.
Se
a gente vai para a manutenção – eu trouxe os números aqui –, em 2003 e 2004, e
nós já estávamos com dificuldades financeiras, realizamos 594 mil metros
quadrados, no nosso último biênio. No biênio do Prefeito Fogaça foram 342 mil
metros quadrados, ou seja, menos 42%. Na produção de asfalto, que exatamente
mostra a capacidade da intervenção, de recuperação das vias, em 2003 e 2004 nós
produzimos 60 mil toneladas; agora, 2005 e 2006, primeiro biênio da atual
administração, 32 mil toneladas; portanto, um pouquinho mais da metade daquilo
que nós produzimos. É apenas o começo, para mostrar com números - e números do
próprio Prefeito Fogaça - que esta Administração é medíocre, é muito lenta; a
Cidade andou para trás. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Guilherme Barbosa.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssima
Srª Presidenta desta Casa, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores,
Vereadoras, a gente vê números e mais números sendo discorridos aqui no
Plenário, mas no que mais temos que prestar atenção, o que mais está nos
tocando, é a pauperização dos Estados e dos Municípios brasileiros, num
flagrante oposto ao enriquecimento do Governo Central. Governo Central que, nos
últimos 10 anos, jogou de 24% para 36% a arrecadação de impostos em relação ao
PIB brasileiro. Vejam os senhores que esses 12% que aumentaram, um terço, é
maior do que a soma da arrecadação de todos os Estados do Brasil e de todos os
Municípios do Brasil; por isso nós vemos aumentar neste Brasil as nossas
favelas, aumentar o déficit habitacional. Fazem festa por causa de um milhão e
800 mil carteiras assinadas, o que não corresponde, sequer, ao ingresso da
mão-de-obra no Brasil ano a ano.
Mas o que quero dizer é que o nosso Estado do Rio
Grande do Sul tem que tomar uma providência urgente. A propósito, no jornal de
hoje há três notícias, em duas páginas, sobre os gastos do Congresso Nacional –
seis bilhões. Agora, tem que colocar do lado que 12,5 bilhões foram para as
ONGs, que não prestam contas. Diz aqui, Luiz Roberto Ponte: “... oposição aos
ideais farroupilhas...” O que quer dizer com isso? Quer dizer que o Governo só
cobra, só tira do Estado, e só dos juros do Estado do Rio Grande do Sul recolhe
um bilhão por ano - 14% da Receita Corrente Líquida. Cobra caudilhescamente, e
não repõe, Ver. Dib. O jornal, aqui, diz que é de quatorze, mas é de dezoito -
tudo bem.
Agora, a Lei Kandir que os
Estados aceitaram em não cobrar ICMS, para poder exportar, para poder fazer
divisas, na garantia da União de fazer a compensação; este Governo não trouxe
um centavo para o Rio Grande do Sul, que está em 3º ou 4º lugar nas
exportações. Cobra juros da dívida, e agora, batalhando, comprando votos de
Deputados e Senadores para aprovar a CPMF, que tira mais 3 bilhões por ano –
está aqui no jornal – dos bolsos da economia gaúcha, e leva para Brasília. Se
nós não tivéssemos a CPMF, esse um bilhão que é o déficit do Estado, só o ICMS
desse dinheiro girando no Estado do Rio Grande do Sul já equilibraria as contas
do Estado. E em troca, manda 600 milhões para o SUS, que era obrigação antes da
CPMF, que era para ser provisória. Mas a CPMF é necessária para o Governo, porque
ele precisa comprar o Banco do Estado de Santa Catarina; precisa comprar a
Cientec no Estado do Rio Grande do Sul – 25 milhões por ano. Vamos entregar a
Cientec para a iniciativa privada, vamos buscar impostos em troca disso. Se
fosse para a Saúde, tudo bem. Se a Cientec não é auto-sustentável é culpa de
gestão. Agora, o Lula querendo comprar a Cientec – 25 milhões por ano! É para
isso que ele precisa da CPMF. Para a Saúde não vem nada! Como foi colocado
antes aqui, não vem nada. Agora, para se fazer de neoliberal fajuto, comprar
bancos, comprar companhias estatais... Vamos ter pena, gente, deste povo
gaúcho, deste Brasil, desse povo que mora nos seus Municípios, que mora nos
seus Estados, quebrados, pauperizados, enquanto nós temos lá uma “majestade” riquíssima,
uma “corte” riquíssima fazendo festa, pagando dívidas dos outros países, e nós
aqui sofrendo pra poder pagar os funcionários públicos estaduais!
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael Heinen, eu tenho
ouvido o senhor, sistematicamente, cobrar do Governo e pedir que este bimestre
venha de volta para cá. Quem sabe, Vereador, V. Exª vai a Brasília para cobrar
diretamente deles lá? Daqui não adianta, eles não nos ouvem; nós temos que ir
lá cobrar deles.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Nós
não podemos nos calar. Agradeço a intervenção do nobre Vereador. Não podemos
esquecer de 1964. Se o Lula é o grande Presidente que ele pensa que é, faça o
que o Castelo Branco fez: venha ao Estado do Rio Grande do Sul e acabe com a
dívida do Estado. O Castelo Branco acabou com ela; depois, novamente,
administrações paternalistas fizeram com que a dívida chegasse novamente a
valores absurdos só em acréscimo de juros.
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Verª Maria Celeste assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da
Verª Maria Celeste.
O
SR. ADELI SELL: Minha
cara Presidenta, muito obrigado pela cedência do seu tempo. Eu queria falar aos
meus colegas sobre algumas questões que devem ser rebatidas. É preciso saber –
e muitas pessoas na Cidade sabem – que o Ceitec, na Lomba do Pinheiro, é uma
ação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre com o Governo do Estado e o
Governo Federal. O dinheiro, de fato, a “bufunfa” é do Governo Federal. O que a
Prefeitura fez? A Prefeitura negociou com o Governo do Estado a cedência do
terreno, que era de uma escola. Isso é o que foi feito, e isso é muito pouco do
que nós deveríamos ter feito. O professor Newton Braga Rosa poderá explicar ao
Ver. Ismael Heinen, para não ser uma explicação de um petista, que talvez não
tenha o mesmo valor para o Vereador. Convenhamos, o Ceitec – Centro de
Excelência em Tecnologia –, a única fábrica de prototipagem de ships
abaixo da linha do Equador, terá o valor de duas Ford – disso ninguém lembra,
disso as pessoas esquecem. Isso é dinheiro nosso, dos nossos impostos, do
Governo Federal, dinheiro que não “vai para o ralo”, porque, quando tem
dinheiro “indo para o ralo”, nós tomamos as providências de cuidar disso e
combater esse tipo de coisa.
Falta
dinheiro no Estado? Sim, porque o Estado foi perdulário; nunca quiseram
enfrentar do IPE; nunca quiseram enfrentar as questões de aposentadorias
ilegais, ilegítimas; pagamentos acima do que ganha o Governador
do Estado, porque tem lei que pode cortar. Portanto, não vacile! Faça o dever
de casa, que não haverá problemas. A Governadora precisa de apoio? Terá o nosso
apoio, à medida que fizer o que tem que ser feito! Mas é preciso haver, de
fato, uma preocupação do Estado com o servidor público. Colocadas essas
questões, explicados esses temas, é bom lembrar o que o Ver. Guilherme Barbosa
colocou aqui: os investimentos do Governo do Estado na geração de renda, de
trabalho, as carteiras assinadas, é impressionante... Isso não se reconhece!
Agora, vamos olhar o Governo do Fernando Henrique
Cardoso, que o PFL apoiou. Vamos olhar essa situação! E para onde ia a CPMF do
Fernando Henrique Cardoso? A Saúde era para lá de um descalabro em alguns
momentos do seu Governo!
E, por falar em Saúde, o Governo do Estado deve
mais de 30 milhões de reais para o Governo de Porto Alegre; no entanto, o
Prefeito poderia subir a ladeira, ir falar com a Governadora e cobrar o que nos
é devido.
Mas vamos falar de Porto Alegre, do nosso
cotidiano, do nosso dia-a-dia. A Cidade está tomada de lixo, de sujeira, de
buracos, de falta de iluminação. Ali na Zona Norte, na Av. Benno Mentz, é uma
vergonheira! Não há mais lâmpadas, Brasinha! Fica perto da sua área de atuação.
Esse é um problema que tem que ser reconhecido! É um problema o apagão na
cidade de Porto Alegre.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, agradecendo o aparte,
a informação que acabo de ler na Internet é de que a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente interditou as obras do Centro Popular de Compras por falta de
licença. Mas não há governança nesse Governo? Mas como é que se explica uma
coisa dessas, Ver. Adeli? Não sei se V. Exª tem capacidade de me explicar isso.
Obrigado.
O SR. ADELI SELL: Quem tem que explicar isso é a
base do Governo! Quem tem que explicar isso é a Liderança do Governo! Quanto ao
Centro Popular de Compras ter sido interditado, eu avisei que aquele Estudo de
Impacto Ambiental era uma “conversa para boi dormir”. Eu falei. Então, devagar,
nós temos que ver essa questão, e quem tem que explicar isso é o Governo
Municipal.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, V. Exª sabe que o Presidente
Lula também deve para a Governadora do Estado.
O SR. ADELI SELL: Deve?
O Sr. Alceu Brasinha: A Governadora
do Estado também deve para o Município. Por que o Fogaça tem que cobrar a
Governadora? E a Governadora tem de cobrar o Presidente!
O SR. ADELI SELL: Trinta milhões que está devendo,
Brasinha... Trinta milhões, Brasinha! Agora, seguinte, Brasinha, ouça porque
está terminando o meu tempo: o Governo Federal deu muito dinheiro para o Rio
Grande do Sul; se não fosse isso a Av. Baltazar de Oliveira Garcia estaria
parada, se não fosse isso não haveria Socioambiental. Portanto, “devagar com o
andor”, o Governo Federal está colocando o dinheiro dos impostos de volta para
a sociedade, coisas que não estou vendo pelo Rio Grande. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mauro
Zacher.
O SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
público presente nas galerias, público que nos assiste pela TVCâmara, queria
agradecer ao Ver. Mauro Zacher pela cedência do seu tempo no período de
Comunicações para fazer uso da palavra e quero, de imediato, comentar sobre o
que o Ver. Adeli falou e que eu já tinha programado para falar, principalmente
sobre o DMLU. O Vereador disse que a Cidade está um lixo, não é, Ver. Brasinha?
Eu sou da Cidade que existe; existe a Bancada da Cidade que não existe - pode
ser que isso tenha a ver com o ano eleitoral do ano que vem. Pode ser, não
estou afirmando nada, Ver. Mauro Zacher.
Quanto ao DMLU que o Ver. Adeli falou, neste
momento, a empresa começou a trabalhar acho que não faz nem 15 dias.
(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O SR. MARIO FRAGA: E o Prefeito
de vocês ficou 16 anos, Ver. Guilherme Barbosa, se V. Exª quiser fazer um
aparte regimental, eu lhe concedo, com o maior prazer. V. Exª ficou 16 anos, e
a Cidade não mudou tanto assim.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, a diferença do PT é que
ele ficou 5.844 dias, e o Fogaça está governando há 1.048 dias ainda. Eles
querem que o Fogaça faça o que eles fizeram em 16 anos, e nós, no que se refere
à moradia, já fizemos mais que eles.
O SR. MARIO FRAGA: Com certeza,
já estamos entregando mais moradias que eles. Eles começaram e deixaram para
nós terminarmos... Bom, a Perimetral foi assim, não é, Ver. Brasinha? Quase
quebraram a Prefeitura por causa da Perimetral. Não era sobre isso que eu
queria falar, eu só queria fazer a constatação sobre o que o Ver. Adeli falou,
do lixo, e eu vinha para falar do lixo, já estava inscrito, que a Empresa
Qualix começou há uns 15 dias. As reclamações para retirarem o lixo, que
estavam acontecendo, no mês passado, já não existem mais, e realmente, no ano
passado, a gente sabe que,
em julho e agosto, estava ruim. De cem reclamações, hoje nós já estamos na base
de 20 reclamações por dia, o que eu já acho normal.
E
também quanto à Licença, hoje de manhã escutei a Verª Sofia Cavedon, no
Programa Polêmica, a respeito do Centro Popular de Compras. Só para dizer que o
Governo Municipal, Vereadora - e V. Exª fez um aparte - já tem a Licença Prévia
da SMAM. V. Exª sabe muito bem disso, e agora nós estamos pedindo autorização
final para que todos processos... V. Exª foi Secretário Municipal de Obras e
sabe que há o processo inicial e o processo final para iniciar as obras
propriamente ditas.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, eu quero
agradecer o aparte a V. Exª e quero dizer que V. Exª está tocando em um assunto
de extrema importância, que é o DMLU. Se nós retroagirmos a alguns anos, ao
período do nosso amigo, ex-Vereador desta Casa, Darci Campani, talvez esse
“telhado, se estiver muito fino, virá abaixo”. Sou grato a Vossa Excelência.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vou ser rápido, Ver. Mario
Fraga, são três licenças ambientais: Licença Prévia, que é o que tinha a SMIC e
a Empresa, que é apenas para dizer: “Olhem, vocês podem fazer o Projeto”.
Apresenta-se um esboço, ganha-se Licença Prévia. Depois do Projeto pronto é que
se ganha a Licença de Instalação para começar a obra. Portanto, foi começada a
obra sem essa segunda licença, que é a Licença de Instalação...
(Aparte
anti-regimental.)
O
Sr. Guilherme Barbosa: Não,
está aqui, foi embargada a obra hoje, porque a Empresa e a SMIC... só há
Licença Prévia. Portanto, foi feita uma aberração.
O
SR. MARIO FRAGA: Vamos
ver, Vereador, até o fim da tarde, nós vamos tentar contestar os seus dados.
Também,
quanto ao DMLU, vai começar a ser colocada na Cidade, já foi feita a licitação,
todo mundo viu, saiu no Diário Oficial o resultado, que oito mil lixeiras serão
instaladas na Cidade. Eu falei oito mil lixeiras, uma coisa que nunca aconteceu
na nossa Cidade, e tenho certeza de que isso vai mudar muito os nossos hábitos.
As reclamações diminuíram bastante, e ainda falta uma licitação que é a da
varrição que está no Diário Oficial de segunda-feira, em que sete empresas se
mostraram interessadas na licitação do DMLU.
Também, ontem, eu já falei, Ver. João Dib, a
respeito da Secretaria de Esportes, que é uma Secretaria que existe, e também
volto a falar aqui na Secretaria de Planejamento, do José Fortunati, que fez
todo um Projeto para apresentar, nesta Casa, o Plano Diretor. Todos nós,
Vereadores, sabemos o quanto é complicado o Plano Diretor da Cidade, e muito
mais - o Ver. João Antonio Dib já foi Prefeito da Cidade - mexer no Plano e
apresentá-lo para 36 Vereadores decidirem. Isso é muito importante. Então, José
Fortunati, meus parabéns pela apresentação desse Plano. Muito obrigado, Srª
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Líbano é um
pequeno país com um grande povo, e eu tenho orgulho de ter todos os meus
ascendentes libaneses.
Hoje
o Líbano comemora a sua Independência. Até o início do século passado, nas duas
primeiras décadas, o Líbano era comandado pelo Império Otomano, pela Turquia.
Por isso os nossos ancestrais, quando chegaram do Líbano ao Brasil e vinham com
passaporte turco, foram sempre chamados de turcos e não de libaneses. Na
realidade, eram libaneses em grande número.
O
Líbano é um país com 270 quilômetros de extensão por 70 quilômetros de largura.
É muito montanhoso, montanhas de três mil metros de altura, e nessas montanhas,
nessas rochas, se encontram relíquias históricas do mais alto valor.
O
Líbano, que foi chamado de Suíça do Oriente, pela sua condição de país
desenvolvido, lá no Oriente Médio, fazia inveja a muitos povos, porque suas
universidades são do século XVIII. Portanto, quando outros países ainda não
tinham universidades, o Líbano já as possuía, e os nossos ancestrais fenícios
tinham andado pelo mundo todo. Dizem até que, no Brasil, antes de Pedro Cabral,
os fenícios chegaram aqui.
O
Líbano tem 10.500 quilômetros quadrados, e ali estão assentados cerca de 3
milhões e 800 mil habitantes. Portanto, há mais libaneses fora do Líbano do que
no próprio Líbano.
Agora
o libanês tem uma coisa que o diferencia dos demais povos: quando ele chega a
um novo país, no nosso caso, no Brasil, ele, imediatamente, se torna
brasileiro, imediatamente ele passa a amar a nova terra, considerando-a como
sua pátria, e não esquece nunca da sua terra natal, o Líbano.
Ensina
seus filhos a respeitar o Líbano, mas ensina, sobretudo, amor ao Brasil, e nós
temos, portanto, orgulho de ver esse País, pequeno, mas com um povo muito
grande, um povo extraordinário, um povo que enche de orgulho os seus filhos. O
Líbano é uma República parlamentarista. O Presidente é eleito pelo Congresso e
os congressistas são eleitos por voto direto. O Presidente, quando é Maronita,
quando é cristão, o Primeiro-Ministro é muçulmano, fazendo com que haja uma
certa tranqüilidade entre as duas seitas que têm maior quantidade de adeptos.
No entanto, o Líbano tem vivido momentos muito difíceis pela intervenção de
outros países no seu entorno, especialmente a Síria. Mas, de qualquer forma, se
espera que esse País consiga superar todas as diferenças, como tem feito até
agora; quando o infortúnio se abate eles partem para a reconstrução e têm
reconstruído. Esse País já teve o maior sistema bancário do Oriente Médio, e
faz com que todos os seus filhos, espalhados por todos os quatro cantos do
mundo, sintam orgulho de serem libaneses.
Eu
gostaria de, neste dia em que se comemora a independência do Líbano, ler aqui a
letra do Hino Libanês. É uma letra curta, mas que diz tudo que precisa ser dito
(Lê.): “Somos todos da pátria, de sua honra e de sua bandeira/ Nossa espada,
nossa escrita enchem os séculos de glória/ Nossos prados, nossos montes são
berços de homens/ Nossas palavras, nossos feitos lutam por ideais/ Somos todos
da pátria, de sua honra e de sua bandeira.” Saudações aos libaneses, à
República libanesa, longa vida a todos. Saúde e PAZ! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste, quero, Ver. Dib, em nome do Democratas, deste
Vereador, dar a nossa solidariedade ao Líbano, aos libaneses, amigos nossos,
aqui no Brasil, que temos tantos no nosso convívio. Mas eu estou vindo aqui
usar a Liderança do Partido, porque, ontem, no nosso bairro, Verª Clênia
Maranhão, perto de onde nós moramos ocorreu um acidente terrível, em que duas
senhoras idosas foram atropeladas por um amigo, vizinho nosso que mora junto
conosco, na esquina da Rua Caldwell com a Rua Bastian e a Av. Getúlio Vargas,
em cima da faixa de segurança. No Brasil, morrem mais pessoas atropeladas,
acidentadas, do que os que estão fazendo guerra lá no Iraque; da mesma forma as
balas perdidas que estão atingindo os nossos filhos também.
Mas
sobre as faixas de segurança eu tenho tido uma preocupação muito grande, temos
duas leis, com a compreensão do Sr. Prefeito, mas essas leis têm de ser feitas
para que se tornem práticas, principalmente, aquela que, no início do ano
letivo, durante uma semana, se faça a divulgação, a conscientização quanto ao
uso e o respeito das faixas de segurança, tanto pelos pedestres quanto pelos
motoristas. Brasília já conseguiu se acultuar; Fortaleza está se acultuando.
Temos cidades, no Interior do Estado, em que faixas de seguranças estão lá
intocáveis há mais de 40, 50 anos com todo o respeito. E por que Porto Alegre
não? Eu não sei quem são os mais machucados, se foram aquelas duas idosas
ensangüentadas, quebradas, que foram levadas ao Pronto Socorro, ou o motorista
que as atropelou. Ao abrir o sinal, o motorista avançou e não viu que as duas velhinhas
estavam atravessando a rua numa faixa de segurança. Essa Lei, sancionada pelo
Exmo Sr. Prefeito da nossa Cidade, deve se tornar prática. Na
primeira semana, no início das aulas, vamos fazer cumprir a Lei, apenas cumprir
a Lei de Trânsito, a EPTC se valer da Lei e naquela semana se juntar às faixas
de segurança, e multar se for preciso, pois a Lei assim determina. Fortaleza,
por exemplo, não está fazendo mais nada do que isso, está cumprindo a Lei que
existe: multar o pedestre, multar o motorista. Eu sei que, de repente, estou
aqui sendo antipático, mas para mim vida humana não tem preço. E pior ainda é
ficar aleijada, ficar sem poder mais se locomover, como essas duas senhoras
idosas. Estou preocupado, gostaria de saber como elas estão. Com certeza, o
motorista, nosso vizinho, vai se incomodar, por uma falta de definição, de
cultura, de respeito de o motorista não obedecer a faixa de segurança. É
lamentável! Nós temos as leis, nós temos que cobrar daqui, o Prefeito há de
concordar, pois temos que salvar vidas e temos que fazer economia para o Poder
Público também. Quanto essas duas acidentadas vão custar, se não olharmos por
esse lado? O importante é a vida das pessoas que estão em jogo; as faixas de
segurança estão para preservar a vida do pedestre, portanto, elas têm que ser
respeitadas, têm que ser usadas corretamente, têm que ser implantadas
corretamente também.
Tenho diversos Pedidos de Providências em locais
críticos onde está morrendo gente, e a EPTC está demorando, demorando,
demorando, de repente não querendo colocar ou não podendo colocar, não sei, mas
está demorando. Tem gente sendo atropelada em passagens críticas de Porto
Alegre, e as faixas de segurança não estão sendo colocadas. Não adianta só
colocarmos as faixas de segurança e as sinalizações, temos que fazer com que
elas sejam respeitadas pelo usuário e que sejam fiscalizadas a quem couber de
direito, para que possamos evitar essas tragédias. Era esse, Srª Presidenta, o
relato que eu queria fazer, acho que chegaremos lá. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Memorando
nº 464 solicita a retificação do Memorando nº 450 do Gabinete da Presidência,
em que consta que os Vereadores Bernardino Vendruscolo e Maristela Maffei
estariam representando a Casa em evento na Cidade de Caxias do Sul, no dia 22
de novembro de 2007, informando que a referida representação foi cancelada.
A Verª
Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.
O SR. DR. GOULART: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
acho importante colocar que, quando eu venho a esta tribuna falar em Saúde, não
é para atirar no Governo de ideologia A ou no Governo de ideologia B. Não é isso! Eu precisava ter a
liberdade de falar, se tivesse que ser por uma ideologia partidária, que fosse
do Partido sanitário - o Partido da Saúde! -, mas nós não temos esse Partido.
Então, quando eu faço a cobrança governamental, eu faço latu sensu, faço
no sentido mais amplo. Não é absolutamente enviando algum recado para o
Secretário, dizendo que está indo bem. Dos últimos Secretários que passaram
pelas nossas gestões municipais, o Eliseu Santos é um que está indo bem. Eu
acho que ele pode, ainda, melhorar para o ano que vem, mas ele tem sido um
Secretário que está no Posto de Saúde; ele tem sido um Secretário que está na
comunidade; ele tem sido um Secretário que conversa com os funcionários da
Saúde. Isso é bom, não era comum isso. Mas eu não quero partidarizar.
Eu,
quando disse que não tenho essa informação do dinheiro da Saúde, fiz questão de
dizer para os senhores, na minha fala longa do Grande Expediente, que eu não
tinha essa informação em nível federal, que é um jeito de pensar; que eu não
tinha essa informação em nível estadual, que é outro jeito de pensar; que eu
não tenho essa informação em nível municipal, que é um terceiro jeito de
pensar. São governos de partidos diferentes, que pensam cada um de uma maneira.
Não é isso, não. Eu queria uma atenção quase burocrática para que eu tivesse
essa informação.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dr. Goulart, em
nível federal eu posso lhe dar uma informação: em 2002, a Prefeitura de Porto
Alegre recebeu 307 milhões de reais para o SUS; em 2007, cinco anos depois,
pela primeira vez, vai superar os 307 milhões. No ano passado, foram 276
milhões; este ano vai receber 327 milhões. Se nós corrigíssemos pelo IGP-M ou pelo
IPCA, nós teríamos acima de 450 milhões de reais. E tem CPMF que não é
repassada, e a Emenda 29 também não é aprovada, porque o Governo teria que
entrar com 10%, no mínimo, para a Saúde.
O
SR. DR. GOULART: É
preciso uma senha para ter nesses dados. Gostaria, então, que V. Exª, depois,
me orientasse, porque eu não tenho essa senha e não sei como se pega essa
senha.
Fazendo,
então, uma abstração do que disse o ex-Prefeito de Porto Alegre, Ver. Dib,
quase 400 milhões, ganharemos esse ano, de 2000 e ...
O
Sr. João Antonio Dib: De
2002 para 2007, se mantivéssemos o valor, teríamos mais de 450 milhões.
O
SR. DR. GOULART: E
quanto é que vai ser, quanto é que realmente vai entrar?
O
Sr. João Antonio Dib: Trezentos
e vinte e seis, 327 milhões de reais.
O
SR. DR. GOULART: Pois é,
é pouco, não é isso que se espera, é pouco. Mas mesmo assim a Prefeitura deverá
entrar com outros 300 milhões, por aí, que já dão 600 milhões. São dados que eu
calculo, mas eu não tenho, eu preciso desses dados. O Conceição - e o Ver.
Sebenelo sabe disso - vai ganhar 618 milhões de reais, é quase a soma do que
paga a União para Porto Alegre e do que paga a Prefeitura para Porto Alegre, é
quase a soma, 618 milhões de reais é o orçamento para o Grupo Conceição. E
temos mais 380 milhões de reais, que é o orçamento do Hospital das Clínicas. Se
V. Exª somar tudo isso são 2 bilhões, ou seja, um milhão de dólares. E nós não
contamos ainda o programa da AIDS, o programa da adolescência, do planejamento
familiar, diabete, hipertensão, que são dinheiros que vêm a mais. Nós não
falamos do PSF, que é dinheiro para um programa que vem a mais, o Programa de
Saúde da Família. Então, para que a gente possa falar, nós não podemos ter
dados estanques, como V. Exª me apresenta. É importante? É. Mas nós precisamos
saber para aonde vai. Como entra, como não entra. Um milhão de dólares, eu
estou falando de um milhão de dólares. Um milhão de dólares, um milhão de
dólares, um milhão de dólares, que é a moeda que todo mundo gosta de falar, que
é a moeda que todo mundo fala! Isto envolve toda a Saúde, não é da Prefeitura,
eu estou falando do dinheiro que corre pela Saúde de Porto Alegre, não pela
Prefeitura, mas a Prefeitura é quem manda na Saúde de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Encerrado o período de Comunicações. Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 6602/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 193/07, de
autoria da Verª Clênia Maranhão, que denomina Rua Padre Roberto Landell de
Moura o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 7054 – Loteamento
Hípica Boulevard. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8314/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 283/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Grevílea o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 4005 – Vila Orfanotrófio I –, localizado no
bairro Teresópolis. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8420/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 291/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Mutum o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 4021 – Vila Orfanotrófio I –, localizado no
bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8421/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 292/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Trinca-Ferro o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 4023 – Vila Orfanotrófio I –, localizado no
bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8423/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 294/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Estrelinha o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 1051 – Loteamento Voluntários da Pátria –,
localizado no bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 7967/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 249/07, de
autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Doutor Clodoaldo Efrain Ortega Pinilla.
PROC. Nº 8564/07 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 082/07, de autoria da Mesa
Diretora, que altera o art. 30 da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e
alterações posteriores, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e
Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, alterando
o cálculo da verba de representação dos Cargos de Direção e de Procurador-Geral
da Câmara Municipal Porto Alegre.
PROC. Nº 8707/07 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 083/07, de autoria da Mesa
Diretora, que altera o art. 48 da Lei n° 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e
alterações posteriores, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e
Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências,
estendendo a gratificação por atividade perigosa aos funcionários detentores de
cargos efetivos da classe de Vigilante e fixando o percentual dessa
gratificação.
PROC. Nº 8825/07 - PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 031/07, que
autoriza o Poder Executivo a contratar Operação de Crédito no valor de
R$58.950.000,00 com a Caixa Econômica Federal e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 7629/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 240/07, de
autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que autoriza a criação da Secretaria
Municipal da Ciência e Tecnologia – SMCT – no âmbito da Administração
Centralizada do Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. Nº 8049/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 269/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Sabiá-Laranjeira o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 4018 – Vila Orfanotrófio I –, localizado
no bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8171/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 274/07, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Praça Emílio Otto Kaminski o
logradouro público cadastrado, conhecido como Praça 03 – Loteamento Heróphilo
Azambuja –, localizado no bairro Jardim Carvalho. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8315/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 284/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Guabiroba o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 4004 – Vila Orfanotrófio I –, localizado no
bairro Teresópolis. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8316/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 285/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Tipuana o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 3762, localizado no bairro São José. (Este projeto com parecer
favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado
aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 8619/07 - PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 028/07, que
autoriza o Executivo Municipal a concessão de uso de área situada na Subunidade
01 da UEU (Unidade de Estruturação Urbana) 1044, Macrozona 01, gravada como
Parque, de acordo com a Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e
alterações posteriores, para a Fundação Caminho da Soberania, para implantação
do Memorial Caminho da Soberania, e dá outras providências.
PROC. Nº 8685/07 - PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 029/07, que
declara de utilidade pública o Centro Comunitário Jardim Renascença – CECOJARE.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 7891/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 246/07, de
autoria da Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Conrado Alvares o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 7047 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema.
(Este projeto com
parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 8010/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 251/07, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui no Calendário Oficial de Eventos
do Município de Porto Alegre a Festa de Nossa Senhora do Trabalho, a ser
realizada anualmente, no dia 1º de maio.
PROC. Nº 8042/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 262/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Harpia o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 1046 – Loteamento Voluntários da Pátria –,
localizado no bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8046/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 266/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Maguari o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 1044 – Loteamento Voluntários da Pátria –,
localizado no bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8050/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 270/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Perdigão o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 1041 – Loteamento Voluntários da Pátria –,
localizado no bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8051/07 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 271/07, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Martim-Pescador o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 4025 – Vila Orfanotrófio I –, localizado
no bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 8481/07 - PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 026/07, que
altera a redação da ementa e do art. 1º da Lei nº 9.952, de 4 de abril de 2006,
modificados pela Lei nº 10.185, de 15 de maio de 2007, passando para R$
182.953.171,38 (cento e oitenta e dois milhões, novecentos e cinqüenta e três
mil, cento e setenta e um reais e trinta e oito centavos) o valor da
autorização ao Executivo para contratação de crédito com a Caixa Econômica
Federal e para R$ 56.740.841,19 (cinqüenta e seis milhões, setecentos e
quarenta mil, oitocentos e quarenta e um reais e dezenove centavos) a
contrapartida desse.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Verª Neuza Canabarro, que dirige a Sessão; colegas Vereadores e Vereadoras,
dentro do período de discussão preliminar de Pauta quero abordar dois Projetos
que estão aqui na relação. O primeiro, em 1ª Sessão, o segundo, em 2ª Sessão,
coincidentemente. Este primeiro é de autoria do Executivo e pede para a Câmara
autorizar a contratação de operação de crédito no valor de 58 milhões 950 mil
reais com a Caixa Econômica Federal e dá outras providências. A Ementa colocada
aqui no nosso material não esclarece a que se refere o Projeto. Então, fui
buscá-lo e fiz a leitura. E esse montante de 59 milhões 950 mil reais tem o
objetivo de avançar na estrutura de esgotamento sanitário e drenagem nas
regiões norte e nordeste da Cidade. Uma parte do Bairro Sarandi, seria a Bacia
do Arroio Sarandi. Portanto, um objetivo importante. Mais uma vez, algo que
temos destacado aqui com muita freqüência, e com muita satisfação e alegria:
esse enorme volume de recurso a ser aplicado em saneamento em nossa Cidade está
incluído no Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lembramos
que em setembro o Presidente esteve aqui e anunciou que estaria alocando para o
Estado do Rio Grande do Sul para ser aplicado em habitação popular e em
saneamento 1,67 bilhão de reais. Recurso nunca visto, Ver. Dr. Goulart. E
segundo estudo de quem trabalha na área de saneamento, tudo aquilo que se
investir em saneamento estará se investindo em comunidade e em saúde
preventiva. Um real aplicado em saneamento economizará posteriormente 4 reais
em postos de saúde, hospitais e remédios. Portanto, nunca, neste País, houve um
governo federal que tenha alocado, sem olhar o Partido do governador ou do
prefeito, como é o nosso caso em Porto Alegre. Quase a metade do investimento
de 1 bilhão de reais que a Corsan anunciou é do Governo Federal, uma grande
parte pela Caixa e pelo BNDES, e outra parte 220 milhões, olha só,
Ver. Todeschini, a fundo perdido, porque é do cofre, é do Tesouro Federal, para
a Corsan, à Governadora do PSDB. Nunca, repito, nunca existiu isso no Brasil:
não interessa o Partido do chefe do Executivo local. E veja que o PSDB, junto
com o DEM, é hoje nossa principal oposição.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Guilherme, pelo aparte. É
bom lembrar que em oito anos de FHC tivemos 2 bilhões e meio investidos em todo
o Brasil e o desmonte das empresas e serviços de saneamento para a
privatização, e, agora, só no Rio Grande do Sul, em um ano, o Governo Federal
investe um bilhão de reais, metade, praticamente, do que foi investido em oito
anos em todo o Brasil; é por isso que não tem saneamento, e isso a Governadora
não falou nos anúncios que publicou ontem nos grandes jornais da Cidade e do
Estado.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Faço apenas
uma pequena correção: esse bilhão, que é o projeto todo, seria para quatro
anos, mas ele só é possível de existir exatamente pelos recursos do Governo
Federal.
Encerro, já que meu tempo se esgota, comentando a
proposta do Ver. Newton Braga Rosa sobre a criação de uma secretaria municipal
de ciência e tecnologia. E fiquei apavorado quando veio aqui o Ver. Ismael
Heinen dizer: “Que mancada, que erro do Governo Federal colocar dinheiro no
Ceitec”. Isto, sim, é a cegueira, é a escuridão daqueles que não percebem que o
Estado – seja ele do nível que for - que não dominar a ciência da tecnologia e
da informação está fadado ao atraso permanente. Nós estamos na era do
conhecimento, e, em vez de louvar esta iniciativa do Governo Federal, o Ver.
Ismael lamentou. E é que lamento a postura atrasada do Ver. Ismael. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada.
O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, em Pauta, no dia de hoje, a Verª Maria Luiza continua incursionando
na denominação de logradouros, utilizando a fauna e a flora - eu a cumprimento
por isso; hoje são mais quatro Projetos de Lei denominando logradouros. E se
cumprimento a Vereadora pelo seu trabalho, eu não posso cumprimentar o
Executivo, porque aprovamos uma Lei, no ano passado, que 2007 seria o ano da
identificação dos logradouros. Até hoje recebi uma solicitação de Cuiabá, pois
um Vereador vai apresentar um Projeto de Lei igual, para que o ano de 2008, em
Cuiabá, seja o ano da identificação dos logradouros. Espero que ele tenha
sucesso lá, porque aqui nós não tivemos, até porque a Prefeitura, pelos seus
técnicos, não sabia quem era o responsável pelo serviço de colocação de placas
identificadoras dos logradouros. Mas ela está denominado a rua Grevilha, a rua
Mutum, Trinca Ferro e a rua Estrelinha.
Por outro lado, o Executivo solicita a autorização
para fazer um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal para o sistema de esgotamento
sanitário na Zona Norte. E fala, na Exposição de Motivos, no PAC – Plano de
Aceleração de Crescimento - do Governo Lula. Mas, esses recursos, na ordem de
65 milhões de reais, serão pagos pelo povo de Porto Alegre. Não é a fundo
perdido, não! Serão pagos pelos cofres municipais, e os prazos de amortização e
carência, encargos financeiros e outras condições de vencimento, liquidação da
dívida a ser contratada obedecerão às normas pertinentes estabelecidas pelas
autoridades, e o Executivo fica autorizado a dar, em garantia à operação de
crédito que trata essa lei, as parcelas que se fizerem necessárias do produto
de arrecadação tributária municipal. Portanto está vinculando.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu citei a fundo perdido no montante de
investimento da empresa Corsan. No caso do Município tem uma situação
financeira extraordinária. Está aí na explicação que apenas 10% é contrapartida
da Prefeitura. É uma situação maravilhosa que a gente não encontra em lugar
nenhum, a menos hoje na Administração do Presidente Lula. Obrigado.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vereador, 10%,
eu gostei da explicação que é para a Corsan. A Prefeitura de Porto Alegre, o
povo de Porto Alegre vai pagar o empréstimo. Realmente, a contrapartida para
que haja o empréstimo, a Prefeitura entra com 10%, totalizando 65 milhões e 500
mil reais. Ela vai entrar com 5 milhões, quase 6 milhões. Ela vai entrar com
esse valor, dos cofres, mas vai fazer um empréstimo e vai pagar o empréstimo.
Portanto, o Governo Lula não está dando nada para
Porto Alegre, absolutamente nada. A Caixa Econômica vai fazer um bom negócio,
porque a Prefeitura sempre foi uma boa pagadora; só não foi nos últimos dois
anos da Administração do PT, em 2003 e 2004; no resto, nós pagamos todos os
financiamentos, mesmo nos momentos mais difíceis da Administração Leonel
Brizola, Loureiro da Silva, nós pagamos os empréstimos, sem nenhuma falha.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Exª pela concessão do
aparte, nobre Ver. João Antonio Dib, mas eu quero recordar o seguinte: a grande
reivindicação do setor nacional de saneamento e das empresas públicas era pela
existência e pela abertura de crédito, que já não havia mais no Brasil.
Portanto, ninguém está reivindicando, pedindo ou dizendo que é a favor. É, sim,
um instrumento fundamental, porque ele tem de ser cíclico, sustentável e
vitalício. Portanto, a existência de crédito revigora o setor de saneamento. É
disso que nós estamos falando. Obrigado.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: E eu fico
contente pela informação que V. Exª traz, mas essa existência de crédito se
torna viável porque a Prefeitura realmente tem crédito. A Prefeitura, o
Departamento Municipal de Água e Esgotos sempre pagaram, com exceção de 2003 e
2004; de resto, não ficamos devendo nada para ninguém. Eu tive a satisfação de,
como Prefeito, terminar um empréstimo de 1909 para o esgoto na área central.
A Prefeitura sempre pagou, menos em 2003 e 2004.
Portanto, a Prefeitura de Porto Alegre tem capacidade de endividamento, tem
crédito e vai ter que receber a autorização do Congresso Nacional. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro, colegas Vereadores, Vereadoras, senhores e
senhoras, quero tratar aqui, hoje, de dois Projetos que estão na 1ª Sessão de
Pauta.
Ver. Brasinha, V. Exª está me devendo quais são as
grandes obras executadas por este Governo. V. Exª está me devendo isso ainda;
espero que consiga relatar aqui e demonstrar, na prática, quais são elas.
Nós estamos analisando aqui e discutindo, mais uma
vez, Ver. João Antonio Dib, uma Prefeitura que sempre teve as suas contas
saneadas e soube investir muito bem, em 2002, 2003 e 2004, e que construiu
grandes obras. Temos, neste momento, mais uma discussão de um recurso do
Governo Federal para Porto Alegre,
que são mais 58.950 mil reais - do Governo Federal, para ao Município de Porto
Alegre; neste caso, novamente para o DMAE e o DEP.
Quero
salientar, aqui, que nós já aprovamos nesta Casa, recursos do Governo Federal
na ordem de 401 milhões de reais para investir em Porto Alegre no saneamento e
na habitação. E queremos registrar isto porque a oposição, que somos nós do PT
e do PCdoB nesta Casa, faz política de afirmação de cidadania. E este Projeto
de 58 milhões que nós estamos discutindo aqui é um Projeto com essa
característica. Agora, o Governo tem que ter a capacidade de vir aqui e
demonstrar os projetos, onde serão instalados – onde e como! Nós estamos
cobrando, e a Líder do Governo se comprometeu conosco de trazer o Programa
Integrado Socioambiental e não trouxe até hoje! E nós estamos aprovando. Deu!
Deu! A paciência se esgota, porque nós queremos saber qual é o projeto, onde
estão os projetos, chega de enrolação!
E nós defendemos, sim, que venham os
recursos. Por que esconder do Legislativo Municipal e da oposição quais são os
projetos? Principalmente esse projeto do Programa Integrado Socioambiental, que
vai deslocar 1.600 famílias. Por que isso está sendo feito escondido? Por que
não demonstra o projeto?
Eu
quero discutir, Dr. Goulart, lá na Restinga, qual é a abrangência da rede de
esgoto? Eu quero discutir, lá na Tristeza, a instalação da bomba de recalque
naquela localidade.
Não
é dito. Eu quero discutir a remoção das famílias da Cavalhada, das famílias da
Vila da Serraria.
Agora,
estão sugerindo encontrar uma outra fórmula, que é o bolsa habitação. Quero
saber que projeto é esse: bolsa habitação. É dar dinheiro para as pessoas, para
cada uma comprar a sua casa? Ou é fazer um programa habitacional? Nós
defendemos que seja feito um programa habitacional. Se for diferente, tem que
ser discutido aqui, porque esse é dinheiro público, e se nós não discutirmos
isso, Ver.ª Margarete, acontece como no ProJovem: o dinheiro é para o ProJovem
e para o “ProMeu” - a charge de hoje, que está nos jornais, está ali: um pouco
vai para os jovens e outro pouco vai para o bolso.
Então,
nós queremos discutir, sim, Ver. Nilo, para saber: lá no Campo Novo, na Vila
Nova, que estão previstas as redes de esgoto, se abrange ou não essa
comunidade. Como podemos ver isso? Vendo os projetos, Ver. Antonio Dib.
Por
falar nisso, Ver. João Antonio Dib, tem um projeto que é dos parques, aqui, que
é para fazer o monumento Leonel Brizola nos parques. O senhor, que veio dando
alfinetadas aqui, hoje - acho que nem foram alfinetadas, foram ferroadas ...
E,
por falar nisso, está faltando capacidade da gestão ambiental do Município de
controlar até as abelhas! As abelhas, no parque, ontem, mataram um cavalo. Isso
é falta de manejo ambiental. Eu sou engenheiro agrônomo, sei como fazer isso.
As abelhas podem ser monitoradas, a época de enxame é agora. Por que é que a
Secretaria do Meio Ambiente não monitora isso, não coleta isso, deixando se
espalharem enxames pela Cidade? Portanto, mais um projeto para o parque? Nós
temos que ter a gestão dos parques, e a Secretaria do Meio Ambiente não tem a gestão
dos parques. Foi um animal de aproximadamente 500 quilos que morreu, mas, se
aquelas abelhas tivessem atacado as crianças na saída da escola, poderiam ter
matado 50 crianças, e não um cavalo como aquele. O arquiteto lá é que sabe como
se planeja uma cidade, como se discute uma cidade. A incompetência ambiental
desta Cidade é fantástica!
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Ver. Brasinha, não vou lhe dar um aparte, porque o senhor está me devendo as
obras que este Governo realizou, as grandes obras; quero saber quais são elas,
onde elas estão, como a Perimetral! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Comassetto.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Srª
Presidenta, querida Verª Neuza Canabarro; hoje, no período de Pauta, nós
seguimos com inúmeras denominações de rua, propostas pela Verª Maria Luiza, que
segue com a sua linha de nomes poéticos, nomes de pássaros, líricos, como
perdigão, maguary, martin pescador. Eu quero cumprimentá-la, eu acho muito
bonita essa idéia da Verª Maria Luíza, talvez esteja faltando o nome do
beija-flor, que eu não me recordo de ter visto.
Queria
dizer ao Ver. João Dib que nós estamos falando na natureza e que a SMAM - isto
é sério - cadastrou 15 enxames de abelhas africanas lá no Parque da Redenção. E
qualquer leigo sabe que, quando elas ficam estressadas, quando elas se sentem
ofendidas, às vezes até por um perfume, elas ficam agressivas; então, há risco
de vida, sim, das pessoas lá, e a SMAM tem que providenciar a remoção dessas
abelhas. Um cavalo não resistiu, teve um sofrimento horrível, que emocionou
toda a Porto Alegre, imaginem uma pessoa, pode ser criança, pode ser adulto.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Margarete, o assunto é
muito sério! Todos nós somos defensores da natureza, do meio ambiente; agora,
não podemos brincar. Eu fiquei sabendo, estarrecido, que há quinze enxames
cadastrados no Parque! Não pode haver essa convivência - abelhas com pessoas -,
porque elas podem se tornar agressivas por qualquer fator que lhes cause
estresse, e as pessoas podem ser atingidas, mesmo não estando perto. A abelha
tem um instinto que faz com que ela ataque na glote das pessoas, e, se causa a
morte de um cavalo, imaginem o que pode acontecer com as pessoas. Ela pica na
glote, causando o sufocamento como resultado. É assim que ela mata as pessoas.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada,
Ver. Todeschini.
A
Srª Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte?
A
SRA. MARGARETE MORAES: Pois
não, querida Martistela.
A
Srª Maristela Maffei:
Muito rapidamente - obrigada pelo aparte - quero dizer que, como fui criada no
Interior, e o meu pai também, por muito tempo, trabalhou nessa área da
apicultura, quero dizer que essas questões acontecem justamente por falta de
noção de uma política geral...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Alceu Brasinha.)
A
Srª Maristela Maffei: Não
é essa a questão, Vereador. Abelha sempre existiu, não é nada pessoal com o
senhor. Há coisas das quais devemos ter conhecimento, e não apagar o fogo
quando der incêndio. Temos que ter uma noção de uma cidade como um todo. E uma
cidade que não tem, na questão ambiental, noção de que isso ocorre nesta época,
é porque não tem uma política geral para a cidade, em especial nessas áreas.
Isso não é demagogia, isso é sério, e o resultado está aí! Um animal sofre
quando morre, imaginem se fosse um ser humano; se isso acontecesse seria uma calamidade
na Cidade! Desculpe e obrigada, Vereadora.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Foi
uma tristeza. Obrigada, Verª Maristela.
Também
falo sobre a proposta da Verª Neuza Canabarro que denomina Rua Conrado Álvares
o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7047 – Loteamento Lagos de
Nova Ipanema. Achei muito bonita essa denominação!
Falando
em praças, ouvia uma rádio onde moradores que residem em volta da Praça
Brigadeiro Sampaio, Ver. João Antonio Dib, pediam que a SMAM podasse algumas
árvores dessa Praça, porque há risco de assalto, eles são assaltados
constantemente. E eu ouvi a fala do Secretário, dizendo que assalto existe em
todos os lugares da Cidade e que o único critério da SMAM para podar árvores é
em relação à vida das próprias árvores. Portanto, para o Secretário Beto Moesch
as pessoas que se lixem em relação aos assaltos, não é?
Depois
queria falar, neste pouco tempo que me resta, neste Projeto de Lei do Executivo
- o Ver. Comassetto já se referiu a ele -, que mais uma vez altera a redação da
ementa e do art. 1º da Lei nº 9.952. Hoje nós ouvimos o Secretário da Fazenda,
e eu acho que ele deveria ter mais atenção na redação e nos valores dos
projetos, porque, como eu já disse anteriormente, nós não estamos trabalhando
com centavos; estamos trabalhando com milhões de reais, e é a terceira
alteração que se procede em relação ao mesmo Projeto. Então, tantas
modificações rotineiras nesses documentos que a Prefeitura manda para cá
confundem os Vereadores e as Vereadoras, e eu imagino a confusão que causa nas
pessoas que nos visitam ou nas pessoas que por acaso assistam o Canal 16,
porque cada vez vem um dado, um número diferente.
E
também quero registrar que a nossa Bancada do PT está esperando que seja
cumprido esse compromisso que a Líder de Governo, a Verª Clênia Maranhão,
assumiu, de que alguma autoridade viesse detalhar para nós o Projeto
Socioambiental, porque ainda há muitas dúvidas em relação a ele. Ele foi
modificado, e nós queremos compreender melhor esse Projeto para que haja essa
aprovação definitiva.
Muito
obrigada, Verª Neuza Canabarro.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Verª Margarete Moraes.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta Verª Neuza Canabarro, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
eu achei muito interessante o Ver. Comassetto falar das abelhas, mas eu também,
Vereador, quatro anos e meio atrás – eu tenho registrado – chamei o Corpo de
Bombeiros, porque muitas abelhas invadiram minha loja e também as pessoas que
estavam lá tiveram que sair correndo. Só que era o Governo de vocês, e eu não
fui reclamar, não fui pedir para segurarem as abelhas, meu amigo! Não tem como!
Que é isso, Vereador?! É como aquele Deputado lá em São Paulo que fez um
Projeto contra o vendaval, queria proibir vendaval em São Paulo! O senhor quer
proibir as abelhas de voarem no espaço de Porto Alegre? Pelo amor de Deus,
Vereador! Isso aí é um problema que não tem o que fazer... É natureza, é
abelha! Eu fui criado no Interior, também, Verª Maristela Maffei, e sei muito
bem como é que é abelha. Meu pai era criador de abelha e fazia mel, fazia tudo!
Agora as abelhas andam voando dentro de Porto Alegre e não pode mais! Vamos
proibir as abelhas de andar no céu de Porto Alegre?
Ver.
Adeli Sell, o senhor sabe que eu tenho um respeito muito grande pelo senhor,
aliás, pela Bancada do PT, mas eu quero dizer para vocês, amigos: olhem o
Conduto Álvaro Chaves, eu sei que foi projeto de vocês, mas quem está pagando,
quem está executando a obra é o Prefeito Fogaça, que teve coragem de botar 50
milhões no chão; coisa que as pessoas não vêem, e isso não dá voto. Está
andando, nós estivemos visitando, o Ver. Guilherme Barbosa também esteve lá,
viu como está andando, e está andando legal.
E
mais ainda: se o Governo PT era tão bom, por que não terminaram? Vocês tiveram
todo o tempo para fazer e terminar as obras todas, vocês tiveram 16 anos, nós
temos três anos e meio. Eu tenho certeza absoluta, Verª Margarete Moraes, de
que nós vamos à reeleição com o Prefeito Fogaça e vamos ganhar.
E
gostaria de dizer para vocês, se vocês não lembram, que vocês não pagaram
nenhum centavo da 3ª Perimetral; quem pagou foi o Prefeito Fogaça.
(Apartes
anti-regimentais.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: É
Vereador, o senhor era Secretário, o senhor lembra bem que vocês foram
empurrando com a barriga e quem assumisse o Governo teria que pagar. Meu amigo,
armar o guarda-chuva para proteger os outros é fácil, mas vamos falar a
verdade, vamos reconhecer o que o Prefeito Fogaça tem feito pela Cidade. Eu
estou há 30 anos dentro de Porto Alegre, tenho andado muito dentro de Porto
Alegre e andava sempre, eu sei que alguns setores têm dificuldades, mas também
temos que olhar para o que está sendo feito.
Há
poucos minutos um Vereador estava reclamando do Secretário de Obras, o Ver.
Maurício Dziedricki, só que esse Vereador-Secretário teve a competência e a
capacidade de asfaltar as ruas que estavam há mais de 30 anos sem receber
asfalto. Ele mandou asfaltar a Av. Borges de Medeiros e a Rua Caldas Junior. Eu
acho que o Prefeito Fogaça tem feito muito pela Cidade e vai fazer mais.
Lá
na Zona Norte, um morador apresentou um pedido para arrumar um beco, pedia
todas várias vezes para ser arrumado aquele beco, fazer o encanamento,
asfaltar, e nunca atenderam; passou o Prefeito do PT, passou o Prefeito
Collares, passaram todos, mas agora foi feito isso na gestão do Prefeito
Fogaça.
Então,
Vereadores, vocês têm que lembrar um pouquinho do que vocês deixaram para trás,
deixaram muitas dívidas, parecia uma firma falida. É verdade! A Prefeitura
estava nessa situação. O Prefeito não tinha crédito, teve que se reconciliar
com os credores. Ver. Bernardino, nós, que temos empresa pequena, sabemos o
sofrimento que a gente passa para se manter. A gente apaga dois incêndios por
dia e deixa dois para o outro dia! Costumo falar assim: tem dois leões te
olhando por dia, ficam dois para o outro dia. Todo dia é assim. Eu comparo a
Gestão a isso. É difícil. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. NEWTON BRAGA DA ROSA: Srª
Presidenta, Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; eu
gostaria de tocar em dois assuntos: obviamente que um é sobre o meu Projeto que
trata da criação da Secretaria de Ciência e Tecnologia no Município de Porto
Alegre. Quais são as razões que constam na Exposição de Motivos? Acho
importante destacar que, já em 2006, Porto Alegre realizou a 5ª Conferência
Municipal de Ciência e Tecnologia, e uma das conclusões daquele evento, no seu
item 2.8, reivindicava a criação de um ente de atuação Municipal permanente
para discussão, planejamento e execução das atividades nessa área de Ciência e
Tecnologia.
Há
aproximadamente 25 anos, o Governo Federal criou o Ministério da Ciência e
Tecnologia. Hoje, nós não conseguiríamos pensar um Governo Federal de uma Nação
como o Brasil sem uma entidade permanente vinculada a esse tema. Em 1988, Ver.
Comassetto, lembro ainda, lá no âmbito da Federação das Indústrias – FIERGS -,
eu e o Jaime Vagner, empresário do setor de informática, dois jovens, saímos à
cata de pessoas que pudessem implementar essa idéia no Estado do Rio Grande do
Sul. Trabalhamos, acredito, durante um ano, com a ajuda de José Maria Kroeff,
que nos apontava pari passu o caminho a ser percorrido. A verdade é que
conseguimos, finalmente, a criação da Secretaria da Ciência e Tecnologia. Só que,
relatando um episódio que não esqueci até hoje, o José Maria Kroeff recomendou
que a titularidade da Secretaria ficasse com um Deputado. Para nós, aquilo
soava muito estranho, porque imaginávamos colocar um dos técnicos que
conhecíamos para dirigir a Secretaria. Qual não foi a nossa surpresa ao
verificarmos, logo em seguida, a importância de ter um político à cabeça de um
órgão técnico como aquele? Fez uma bela administração o Deputado escolhido, que
foi o radialista conhecidíssimo, primeiro Secretário de Ciência e Tecnologia,
Rui Carlos Ostermann.
Existe uma terceira razão, que é uma razão
econômica. Tenho aqui em mãos um Edital da Finep. Eis aqui o Edital da Finep:
Ministério de Ciência e Tecnologia, convite para ação transversal, projetos
estruturantes. Financia projetos num total de cem milhões de reais... No seu item
2, estabelece a seguinte condição: que a instituição proponente seja uma
Entidade da Administração Indireta Estadual ou Distrital responsável por
ciência, tecnologia e inovação; ou, na sua inexistência, por uma Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Inovação. Ou seja, só estão habilidados a participar
deste Edital empresas e Municípios que tenham uma Secretaria de Ciências e
Tecnologia. Ver. Dib, tenho aqui o Edital da Finep.
E o assunto não pára aí. Eu gostaria de lembrar que
Porto Alegre é uma das poucas capitais que ainda não possuem uma Secretaria de
Ciência e Tecnologia. Gostaria de fazer menção a uma iniciativa do Executivo,
que foi criar uma agência de inovação, a Inovar Porto Alegre, uma bela
iniciativa que complementa os esforços de uma Secretaria.
Acredito, então, que a causa vá merecer desta Casa
a atenção devida. Sei das dificuldades na tramitação de um projeto dessa
natureza, mas o Projeto já tem um Parecer favorável da Procuradoria do
Município, e acredito que possa progredir até o ponto de ter a sua votação,
obviamente que com o apoio do Executivo,
que é indispensável.
Quero
registrar, rapidamente, a presença, em Porto Alegre, hoje, do Ministro de
Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, que participou da inauguração de
alguns telecentros e do Centro de Formação de Instrutores de Telecentros em
Porto Alegre – o de Porto Alegre é o 35° telecentro. Hoje o Ceitec passa a ser
uma empresa estatal, o que resolve um problema antigo daquela que foi criada
como uma associação civil de 35 pessoas, uma constituição jurídica possível na
época, mas certamente inadequada para que esse progresso ocorra e dê à Porto
Alegre a posição que merece no cenário da microeletrônica, no cenário mundial.
O Ceitec então é agora uma empresa estatal.
Finalmente
quero registrar a presença em Porto Alegre – tive contato hoje pela manhã com
ele – do Deputado Beto Albuquerque, do PSB, que teve participação decisiva na
consecução dos recursos para a modernização dos telecentros de Porto Alegre.
Muito obrigado pela atenção, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta e Srs. Vereadores, notícia do plantão do jornal Zero Hora: “As obras
do camelódromo são suspensas na Capital”. Obra central do Governo Fogaça,
badalada nos jornais, não tem licença para instalação. Essa é a prática de
vários dos empreendimentos deste Governo. Ele acha que as notícias nos jornais
são o que garantem a legitimidade, a legalidade dos seus atos. Essa suspensão,
que é por 72 horas, é resultado da nossa iniciativa de buscar informações sobre
o camelódromo, Ver. Dib - que mantém o cenho franzido e preocupação verdadeira.
Um mês e meio atrás, o Secretário Fortunati me encaminhou pareceres da Cauge,
todas as orientações gerais, e me informava, por escrito, que estava
solicitando à SMAM a licencia prévia de instalação, que eu havia solicitado ao
Secretário Fortunati. Insistimos um mês inteiro e não recebemos nenhuma resposta.
Hoje fui pessoalmente à SMAM, de manhã, e só obtive a licença prévia, porque é
só o que existe em relação ao camelódromo, obra que está interferindo no Centro desta
Capital de maneira desastrada no trânsito, obra que terá uma repercussão na
poluição, na movimentação dos transeuntes, no sistema viário, na política dos
camelôs, porque a gente já sabe que há uma intenção aí de fazer um espaço e
reprimir os demais trabalhadores informais. Ora, uma obra dessa magnitude não
ter licença de instalação?! E na licença prévia dada em fevereiro à Prefeitura
de Porto Alegre, portanto, desde fevereiro foi emitida a licença, há uma série
de 12 itens que precisavam ser encaminhados para a possível liberação da
licença de instalação, Ver. Dib, e os itens não são pequenos - não é, Ver.
Adeli? -, apenas a investigação arqueológica, não; a investigação arqueológica
que está sendo realizada é resultado do RIA, esse foi feito. Agora, desde o
projeto arquitetônico aprovado e licenciado na SMOV que não temos notícia e que
não tem DM iniciada, não foi pedida uma DM, portanto, aqui os nossos
ex-Secretários..., acredito, não deve haver projeto arquitetônico aprovado e
licenciado, tanto que, há uma semana, foi anunciada uma nova parte do projeto,
um conjunto de vagas de estacionamento, 230 estacionamentos, que esta Casa tem
que se debruçar, porque votou uma lei de um camelódromo, não de estacionamento.
Portanto tem que recomeçar tudo o que nem foi feito, Ver. Dib, o que é
gravíssimo! Inclusive o próprio Beto Moesch, constrangido, porque a SMAM é
responsável de ter visto as obras nos jornais, sabe que não tem licença de
instalação, portanto, uma irregularidade brutal sendo cometida na frente de
todos os gestores: Sr. Fogaça e Sr. Beto Moesch, embaixo dos olhos, nos
jornais. O Prefeito visitando, nós temos foto, e a SMAM sabendo que não tinha
licença de instalação na qual, além do projeto arquitetônico, precisa o projeto
de isolamento acústico, precisa o projeto de arborização, de terraplanagem, o
projeto de destinação da emissão dos gases, etc., e o projeto que atende à
liberação da SMT e EPTC sobre a circulação. Então nada está apresentado, eu vi
o Processo, ele termina na
licença prévia. O que é isso, minha gente? A informalidade, o desrespeito com a
cidade de Porto Alegre e com os cidadãos, porque o processo licitatório não
previa um estacionamento que é um empreendimento extremamente lucrativo, bem
diverso do empreendimento só com boxes para os camelôs, que nós duvidávamos que
tivesse sustentabilidade. Está respondido. Agora se põe um estacionamento que,
no Centro da Cidade, é extremamente lucrativo, então está burlado o processo de
licitação.
Nós
estamos entrando no Ministério Público, a SMAM suspendeu, constrangida, porque
eu participei do debate, hoje, do Programa Polêmica do Lauro Quadros, e disse:
“Há uma obra na ‘cara’ do Prefeito, nas ‘barbas’ do Secretário, que não cuida
das abelhas, dos cavalos e nem das obras da Prefeitura”. É muito grave isso. O
Ministério Público deve revisar o total do processo, porque há uma burla na
licitação, e, mais grave que isso, a cidade de Porto Alegre não tem o seu
Governo cuidando da segurança dos cidadãos, libera obras, faz vistas grossas a
obras desse tamanho, dessa envergadura, que, inclusive, vai destruir uma obra
recém feita, que não tem 10 anos, que é um investimento da cidade de Porto
Alegre.
Então,
senhores, atenção: esta Câmara, inclusive, está sendo desrespeitada, Verª
Celeste, porque nós votamos um Projeto, e outra coisa está sendo realizada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16
da TVCâmara, eu queria saudar todos. Agradeço à minha Bancada, em especial ao
meu colega, estimado Ver. Mario Fraga, que me cedeu o tempo de Comunicação de
Líder - nós temos uma escala, dentro da Bancada, hoje era o dia do Ver. Mario,
e ele cedeu o seu tempo para que eu falasse neste período pelo meu Partido, o
Partido Democrático Trabalhista.
Verª
Sofia, V. Exª é uma educadora, uma professora, eu acho que não é sério o que V.
Exª colocou aqui na tribuna, Vereadora. Não é sério! Eu vou para o lado de quem
olha uma obra, pois deveria o camelódromo, em Porto Alegre, ter acontecido há
muito anos e não aconteceu. Perdoe-me, V. Exª, mas eu acho que talvez seja até
um pouco de dor-de-cotovelo. Mas tudo bem!
A
SMAM deu 72 horas para que a SMIC apresentasse a licença de instalação; mas
essas horas não foram necessárias, porque a SMIC já havia encaminhado. O que
está acontecendo? A SMIC não vai parar a obra, a obra terá continuidade por
determinação do Secretário, a obra vai continuar a partir de segunda-feira, e
não será colocado mais nenhum pilar antes que a SMAM libere a licença prévia. A
obra não vai parar, a obra não vai parar e não vai atrasar. Vereadora, a obra
não parou.
(Aparte
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. ERVINO BESSON: A
obra não está parada. As obras têm fases, são três fases quando há uma
construção, e nós conhecemos isso.
Agora,
Vereadora, estão criticando uma obra que trará grandes benefícios para a cidade
de Porto Alegre.
Queremos
parabenizar o Prefeito e a SMIC pela obra. A Cidade deve agradecer, ficando
esta Administração, que não tem nem três anos, marcada na história de Porto
Alegre por um Prefeito que concluiu grandes obras.
E
vou dar exemplos disso: o camelódromo é uma reivindicação antiga da população.
E o Partido dos Trabalhadores ficou na Administração por 16 anos, por que não
fizeram a obra?
E o Distrito Industrial da Restinga, tão falado desta tribuna? Havia filas para falar sobre o assunto. E daí? Só no papel! Somente no papel. E, agora, temos a realidade do camelódromo.
Então,
fica marcada essa grande realização para a cidade de Porto Alegre. Por que a
crítica? E quantas obras, Verª Sofia, por motivo de liberação, de licença, e V.
Exªs foram Governo, e eu pergunto, quantas obras foram paradas por
algum motivo técnico, ou de instalação? Não podemos esquecer.
Eu
sei de várias, várias, várias obras. Portanto, se alguém está torcendo, e
parece até que alguém está torcendo para que a obra atrase, isso não vai
acontecer. Dentro do período que foi determinado para que a obra seja concluída,
vai acontecer, sim, vai acontecer, sem dúvida nenhuma, vai acontecer. Mas até
parece que tem alguém, aqui nesta Casa, torcendo para que a obra não aconteça e
atrase! É uma obra nossa, uma obra para a Cidade, e nós temos que estar juntos!
Nós, Vereadores e Vereadoras, que somos representantes legítimos desta Cidade,
temos que torcer para que essa obra saia! E vai acontecer! Vai acontecer! É
nossa obrigação fiscalizar.
Ver.
Brasinha, V. Exª falou no Conduto Álvaro Chaves, nós estivemos lá, visitando, e
é uma grande obra que está acontecendo. Nós fomos lá, nesta semana, a Comissão
esteve lá, visitando, com alguns Vereadores, e ela é uma bela, uma grande obra.
Agora, se atrasou, como todas as obras, em Porto Alegre... Na 3.ª Perimetral
não deu problema de atraso? Deu! Na Av. Juca Batista e na Av. Assis Brasil
houve um monte de problemas! De quem era a Administração nesse período? Então,
acontecem alguns atrasos. Agora, vir aqui criticar por criticar; por favor, não
é assim. E eu pergunto: no Moinhos de Vento, não dá para esquecer! Até com jet-ski
se andava, no Moinhos de Vento - até com jet-ski! A população não
esquece disso.
E
está sendo resolvido esse problema, pelo menos em oito Bairros da Cidade, com
essa grande obra do Conduto. Então, vamos colocar a verdade. Muito obrigado,
minha cara Presidenta, mas a cidade de Porto Alegre saberá, sim, na hora
oportuna, valorizar tudo aquilo que é bom e que está acontecendo, aqui, para o
nosso povo, para a nossa comunidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
especialmente Verª Sofia Cavedon, eu não tenho escondido a admiração que eu
tenho pelo seu trabalho e principalmente pela forma, muitas vezes, crítica,
muitas vezes acre, mas é uma forma de oposição, que se faz, que nós temos que
entender. Agora, V. Exª pode procurar falcatruas; não vai encontrar. Algumas V.
Exª pode encontrar, vou dizer onde, no jornal Folha de São Paulo de hoje:
“Polícia Federal investiga doação de “laranjas” ao PT de 500 mil reais”. Esta
não precisa nem investigar, está sendo investigada pela Polícia Federal. E
casualmente a sujeira é tamanha que a firma se chama Cisco. E têm “laranjas” e
tem a chegada inusitada recorde da história do Partido dos Trabalhadores da
chegada de dinheiro, o aporte de dinheiro de doações como recorde de toda a
história do Partido dos Trabalhadores, exceto o da última eleição, no ano de
2007, de janeiro até setembro - recorde da história do Partido dos
Trabalhadores. Isto está escrito na Folha de São Paulo de hoje, na página A-6.
Então, esta questão do Camelódromo que eu queria...
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Nós
somos corruptos? Vocês eram os vestais, vocês eram os puros! Essa era a
questão, essa é a diferença!
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Mas evidente! Mas evidente! Nós sempre fomos tachados, não era uma surpresa se
encontrassem alguma coisa do outro lado, agora o Partido dos Trabalhadores era
absolutamente puro e impecável, e, no entanto, voltou à planície e simplesmente
é igual a todos os outros! Então eu queria lhe dizer que, quando o Partido dos
Trabalhadores tinha 14 anos de mandato na Capital, se descobriu que o prédio da
SMOV não tinha nem alvará, a Secretaria da SMOV não poderia nem funcionar
porque não tinha licença, não tinha alvará para funcionar! E uma das coisas
mais tristes que se recebeu em matéria de herança foi a favelização das
estruturas dos móveis, das paredes da Secretaria Municipal de Obras e Viação.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: A
questão familiar nós vamos deixar de lado, está bem? Deixemos de lado essa
questão. Agora, uma das pessoas mais dignas que eu conheci, na minha vida, é o
meu irmão e não admito qualquer insinuação.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Quanto
à questão das abelhas, esse é o primeiro episódio, nos últimos 50 anos, em que
um animal morreu de ferradura de abelha. É interessante que querem uma política
que existe na cidade de Porto Alegre e ela não é da Prefeitura Municipal, é da
Brigada Militar, que tem Batalhão Especializado do Meio Ambiente para buscar...
Vejam só a crítica que foi feita aqui, e o demérito e a voracidade com que foi
atacada a Secretaria Municipal do Meio Ambiente por uma das questões que não
tem nada a ver com o seu funcionamento. Quer dizer, a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente não trata dessa parte de mobilização dos favos e das abelhas;
quando há a formação de enxames, é chamada a Patrulha Ambiental da Brigada, que
é mobilizada. Então, a especialidade é que vai lá com equipamento de proteção
individual, retiram e levam para o Interior do Estado esse enxame de abelhas.
Existe, na televisão, todos os dias é mostrado no programa Mundo Animal a
figura de pessoas que se deixam cobrir, inclusive o corpo inteiro, sem nenhuma
proteção, sem roupa nos braços nem nada, e não acontece absolutamente nada. Foi
uma exceção e, provavelmente, a suposição do agrônomo que atendeu o caso era de
que esse animal, o cavalo, tenha interferido no local predileto das abelhas;
elas se sentiram invadidas e então atacaram. Isso é uma raridade, é uma coisa
que acontece uma vez a cada 50 anos. Não é necessário, para essa exceção, uma
política de meio ambiente; mas, se houver essa política, se houver isso, não se
trata de uma política do Município, e sim ao encargo da Brigada Ambiental.
Por isso quero dizer que, mais uma vez, acho,
Vereadora, que “as uvas estão verdes, talvez nem os cães as possam tragar”,
como diria Esopo.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo o
memorando nº 465, do Gabinete da Presidência, que informa que o Ver. Carlos
Comassetto estará representando esta Câmara Municipal na Cerimônia de
inauguração da unidade Porto Alegre da Casa Brasil, a realizar-se no dia 23 de
novembro, nesta Capital.
Havendo quórum,
passamos à
Em
votação as Atas da 14.ª Sessão Extraordinária, da 15.ª Sessão Extraordinária ,
da 90.ª Sessão Ordinária, da 34.ª Sessão Solene, da 35.ª Sessão Solene, da 36.ª
Sessão Solene, da 37.ª Sessão Solene e da 38.ª Sessão Solene. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Neste
momento, suspendo a Sessão e convido o Presidente da CCJ para proceder à
Reunião Conjunta das Comissões para análise do Parecer ao PLE nº 023/07, que
autoriza o Poder Executivo a celebrar contrato de parcelamento de dívida junto
à Caixa Econômica Federal.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h19min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h31min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Solicito às Lideranças que se aproximem da Mesa
para definirmos a priorização da Ordem do Dia.
Em
votação a seguinte ordem de apreciação das matérias, acordada pelas Lideranças
desta Casa: PLL nº 193/06 e PR nº 063/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4448/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que institui, no Município
de Porto Alegre, como evento de caráter econômico, social, cultural e
turístico, a Feira do Produtor Rural, que se realizará entre os dez primeiros
dias de cada mês, no Largo Jornalista Glênio Peres, e dá outras providências. Com
Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Carlos Comassetto: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emendas nºs 01 e 02;
- da CEFOR. Relator
Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e
02;
- da COSMAM.
Relator Ver. Newton Braga Rosa: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01
e 02.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 25-06-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLL nº 193/06. (Pausa.) O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
discutir o PLL nº 193/06.
O
SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
público que nos assiste pela TVCâmara, público presente nas galerias, venho a
esta tribuna para discutir o Projeto do nobre colega Ver. Ervino Besson sobre a
nossa região, que é a região rural de Porto Alegre e que tanto tem sido
debatida por todos os Vereadores desta Casa, independentemente de Partido.
Os
produtores rurais estavam abandonados na Zona Rural, e, hoje, estão tendo uma
presença forte aqui na Casa, em especial através do Presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Porto Alegre, o Sr. Cleber Vieira, movimentando a Festa
do Pêssego, nesta semana, das 18 horas às 22 horas. Nesta semana já estivemos
lá duas vezes.
Este
Projeto do Ver. Ervino vem para tentar ajudar, principalmente, os produtores
rurais, para que eles consigam comercializar, Ver. Elói Guimarães, que tão bem
conhece aquela região da Vila Nova, do Campo Novo, do Lami, a sua produção.
Nesta safra, por exemplo, nós vamos produzir 50 toneladas de pêssego, e, às
vezes, o pêssego até estraga, porque não se consegue vender. E esse espaço que
o Ver. Ervino está colocando, no Largo Glênio Peres, vem para ajudar, Ver.
Brasinha, aqueles produtores que não conseguem vender o seu produto. A nossa
dúvida é de como faremos se aparecerem produtores de outras mercadorias, de
outros hortifrutigranjeiros, que não são aprovados nas feiras livres em Porto
Alegre.
Mas,
neste momento, eu venho aqui dar os parabéns para o Ver. Ervino Besson, que
todos conhecem, que é da Região, mora lá e conhece os produtores. Ele é um
produtor que veio do Interior para lutar aqui em Porto Alegre e venceu. Então,
eu venho dar os parabéns e encaminhar favoravelmente este Projeto do Ver.
Ervino Besson. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 193/06.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, Vereadoras, senhores e
senhoras, a nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores votará favoravelmente a
este Projeto, porque entende que ele dará visibilidade e oportunidade para que
os produtores de Porto Alegre continuem ajudando a constituir os espaços de
qualidade desta Cidade.
Hoje,
quem passar pelo Largo Glênio Peres, verá a banca dos produtores, sem nenhum
problema.
Mas
eu tenho que fazer uma demarcação com o Ver. Mario Fraga, que vem aqui dizer
que a área rural estava abandonada. Ver. Mario Fraga, a área rural nunca foi
bem-tratada! Quem reergueu a Festa do Pêssego, lá da Vila Nova, foi a SMIC, em
1989, e eu era Diretor lá daquela área; quem fundou a Festa da Uva e da Ameixa
em 1989 fomos nós, e eu fui autor disso. Portanto, não estava abandonada, ela
pode ter adquirido uma outra dimensão com o acúmulo desse trabalho.
Então,
temos que falar aqui, “botar os pingos nos is”, temos que dizer que a direção
da Associação da Vila Nova que o senhor apoiou, anterior a essa que lá está,
deixou falida a Associação e devendo para todos; isso nós temos que dizer.
Portanto, não dá para vir aqui e dizer que agora está bem e antes estava
abandonado. Não é verdade! Inclusive, os agricultores ganharam isenção da
tributação em 2002 com o Projeto do Executivo, fruto desta Câmara. O trabalho
aqui é cumulativo e é um trabalho que tem um conjunto de Vereadores - o Ervino
Besson é um deles, que trabalha nessa área lá; em conjunto temos feito belos
projetos.
Portanto,
a nossa Bancada vota favoravelmente. Agora, não dá para dizer que antes estava
tudo ruim e que agora está bom e vir aqui fazer essa demarcação, porque isso
não é justo e não é verdadeiro, politicamente falando.
Em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ervino Besson, a nossa opinião,
neste momento, é favorável à aprovação do Projeto. Estamos fazendo uma
discussão coletiva na Bancada para firmar o voto, mas este Vereador deu o
relato na CCJ pela inexistência de óbice.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) De fato, estávamos com a
tendência de votar a favor, mas nos demos conta de que o Projeto determina que
em todo mês sejam 10 dias lá, com a estrutura montada pela Prefeitura.
Começamos a achar que é um certo exagero, porque, se fossem algumas festas, em
alguns momentos de safra, seria ótimo. Mas 10 dias, todos os meses?
Aparentemente é um pouco de exagero, Ver. Ervino; não sei se não tem como a
gente trabalhar isso. Nossa tendência era votar a favor.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: A
tendência da nossa Bancada é nesse sentido. O Ver. Guilherme, com a Bancada,
está fazendo uma discussão na análise do Projeto. Agora, a essência dele é
importante e é interessante: que a gente consiga canalizar a produção para
comercialização direta. Se tiver que arredondar, fazer ajustes, a nossa Bancada
está à disposição para poder qualificar o Projeto. Muito obrigado, senhoras e
senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 193/06.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em especial o Ver.
Ervino Besson, que traz um bom Projeto, uma boa iniciativa no sentido de se
publicizar, do ponto de vista econômico, cultural e turístico, a produção
primária em nossa Cidade. Todavia, Ver. Ervino Besson, fica aqui uma indagação
que eu gostaria de colocar ao debate, exatamente sobre as finalidades e a
função do Largo Glênio Peres, porque estabelece o Projeto que será utilizado,
será feita a feira, a exposição, nos dez primeiros dias de cada mês.
Admitamos
que se ocupe todo o Largo, Ver. Mario Fraga, durante os dez primeiros dias do
mês; isso aí, inquestionavelmente, criaria um problema, porque a natureza nós
temos que respeitar, e ninguém defende mais - vamos dizer assim -, por fatores
que não vêm ao caso discutir, a exposição de produção primária do que este
Vereador, eu tenho uma tradição na área. Eu quero dizer aqui que eu retirei o
Projeto Largo Glênio Peres a pedido da Lícia Peres, quando o Prefeito de Porto
Alegre Tarso Genro pedia que o Executivo encaminhasse esse Projeto – está aí
nos Anais.
Ver.
Ervino Besson, quando me inscrevi V. Exª não estava, até perguntei à
Presidência por V. Exª, e eu acho que a sua idéia de fazer uma exposição de
produtos primários de Porto Alegre, do ponto de vista econômico, cultural e
turístico, é perfeita. O que nós temos que discutir? A sua idéia tem que ser
trabalhada, então nós temos que discutir o local para se fazer essa mostra da
produção primária de Porto Alegre.
Eu
diria a V. Exª que a vocação do Largo Glênio Peres, em todos os meses, é sempre
os 10 primeiros dias. Admitamos que se ocupe o Largo, então veja que traríamos,
inquestionavelmente, um conflito, porque o Largo Glênio Peres tem uma vocação
cívico-cultural, mas os espaços a serem apropriados têm que ter o fator de
mobilidade. São atos cívicos, atos culturais, manifestações religiosas, etc. e
tal. E enquanto feira, e V. Exª conhece bem - como eu também - a produção
primária, me parece que oferece algumas dificuldades. Mas, de qualquer forma,
eu peço a V. Exª que tenhamos um tempo para estudar um local em Porto Alegre,
que não o Largo Glênio Peres, para que se faça exatamente a Feira do Produtor
Rural da cidade de Porto Alegre. Porque aí V. Exª vai adequar perfeitamente a
boa finalidade e a sua idéia. Eu acho que nós precisamos salvar. Estamos
pedindo um prazo para discutir a matéria, Ver. Ervino Besson. Obrigado,
Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Queremos
convidar todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa para prestigiar o
lançamento do livro A Lógica do Absurdo, do Sr. Raul Moreau, que está sendo
realizado aqui no Teatro Cultural Tereza Franco.
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Minha
cara Presidenta, eu quero agradecer aos queridos colegas Vereadores pelas
posições de cada um e pelas preocupações. Eu requeiro o adiamento da discussão
do Projeto por quatro Sessões para que nós possamos chegar a um acordo com os
Vereadores.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Acolhido,
Vereador. Pergunto a V. Exª se podem ser mantidas as duas inscrições de
discussão, do Ver. Claudio Sebenelo e do Ver. Carlos Todeschini, e, logo em
seguida, votaremos o seu Requerimento de adiamento.
O
SR. ERVINO BESSON: Perfeitamente.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 193/06.
Acho
que o Ver. Besson teve uma excelente idéia: a Feira da Produção Rural,
magnífica, não só pela questão do pêssego maravilhoso, pois todas as pessoas do
Brasil que vêm para cá nesta época ficam encantadas com o sabor sui generis
do nosso pêssego, produzido na cidade de Porto Alegre, pelos seus produtores e,
principalmente, num local dos mais lindos do Rio Grande do Sul, que é a Zona
Sul de Porto Alegre - banhada por um rio maravilhoso, com elevações que não há
nas cercanias; é só lá na Zona Sul que há aqueles morros belíssimos e aquele vento
sul que nos dá uma inveja imensa das noites fantásticas. Hoje à noite vamos ter
o prazer de nos reunirmos na Zona Sul, em Belém Novo, lá na Colônia de Férias
da Assembléia Legislativa, nós, Vereadores, porque lá talvez seja um dos
lugares mais aprazíveis e mais bonitos da Cidade.
A
beleza desse trabalho magnífico, desse encontro do porto-alegrense com a sua
terra, com essa idéia açoriana de agricultura tentaram banir extinguindo a Zona
Rural de Porto Alegre, extinguindo não só no mapa, não só na questão fiscal,
mas como um simbolismo de dizer assim: “Não queremos mais a Zona Rural”. Foi um
dos piores momentos desta Casa quando isso foi aprovado pelo Plano Diretor de
então. E vem um Vereador dizer que o Ver. Fraga apoiou uma diretoria que faliu.
Só podia ir à falência com o símbolo maior da Cidade dizendo “tem que extinguir
a Zona Rural”! Quem é que vai segurar isso aí? Pois, existe a Zona Rural em
Porto Alegre, queiram ou não! Existe de fato, e maravilhosa, e linda e com o
maior número de cavalos da Cidade. Querendo fazer uma cavalhada? Vá para a Zona
Sul, não vá para nenhum outro lugar, é fantástico! Mesmo que na Zona Norte haja
cavalgada, e boa, mas a questão do cavalo, a questão da produção e a questão da
beleza da floricultura é inequívoca nesta Cidade. Não tem nenhuma outra cidade
do Brasil que faça essa beleza conjunta maravilhosa que se oferece não só ao
turista, mas ao porto-alegrense inteligente, que vai para lá trocar afeto com a
sua gente maravilhosa da Zona Sul. Isso é que nós temos que analisar. Vereador,
eu acho que, na questão que levantou, o Ver. Elói tem razão. A esposa do Ver.
Glênio Peres, a socióloga Lícia Peres, teve uma luta fantástica, para que o
Largo Glênio Peres não fosse abastardado, deturpado por questões como a de
estacionamento. Então o Largo Glênio Peres fica para nós com algumas
dificuldades de acesso por questões também de estacionamento, mas acho que hoje
nós teremos em Porto Alegre algumas formas de expor os produtos da Zona Rural
em outros briques que estão abrindo em Porto Alegre, em outras feiras, como a
do Parque Marinha do Brasil. Ali vai ter uma feira tipo Brique da Redenção,
onde talvez possa predominar a produção rural, e aí, sim, acho que seria um
encaminhamento fantástico da sua lei, Ver. Besson, especialmente, porque há
nela duas coisas fundamentais: o resgate imenso daquela idéia de Porto Alegre
rural e, segundo, há na sua lei uma forma de protestar contra a extinção de uma
ruralidade de que jamais poderíamos ter aberto mão. Muito obrigado pela
atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. DR. GOULART: Meu assunto é
de interesse geral, Excelência. Motivado e estimulado pelo discurso do Ver.
Sebenelo, quero lembrar aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras
que, hoje à noite, estaremos confraternizando em Belém, lá na terra do Ver.
Mario Fraga e Ervino Besson. Não se esqueçam!
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 193/06.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Verª Maria
Celeste, nossa Presidenta; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este é
um assunto bastante importante, e quero dizer que, também como morador da Zona
Sul, como agrônomo, como extensionista da Emater, está longe de ser aquilo como
o Ver. Sebenelo quis caracterizar a Zona Sul, de que a nossa ruralidade foi
atingida. Ao contrário, ninguém é tão privilegiado como os agricultores de
Porto Alegre, pois à sua porta está o maior mercado do Rio Grande do Sul, que é
esta imensa Cidade, com o melhor poder aquisitivo também do Rio Grande do Sul.
Portanto méritos à beleza, méritos ao trabalho, mas também devemos reconhecer
que a situação existente é uma situação que inclui, que diversifica a economia,
que é importante para a Cidade, que é importante para a cultura, mas que
ninguém é vítima. Não é verdade, Ver. Sebenelo, isso que V. Exª está falando,
ou, conforme insinuou, que medidas do Governo anterior prejudicaram o
desenvolvimento rural de Porto Alegre. Ao contrário, fortaleceu-se, cresceu e
continua a crescer, Ver.ª Margarete, de forma importante. Pelo que aprendi na
CCJ, o Projeto do Ver. Ervino é completamente inconstitucional e é
completamente ilegal, porque afronta também o art. 94 das Prerrogativas de
Iniciativa do Poder Público Municipal. Por que isso? Porque nada impede que,
eventualmente, seja formado, ou seja, instalado o comércio, Ver. Ervino. Eu sei
que inclusive os produtores estão lá atualmente, com a permissão do Secretário
Cecchim, da SMIC. Agora, entre isso, e fazer uma lei que afrontaria - porque eu
tenho certeza de que, mesmo que passe aqui, o Governo terá obrigação de vetar -
a questão que nós já nos debatemos aqui por muitas vezes, como aquela tentativa
de instalação do estacionamento em que motivou reação aqui da Verª Neuza, da
Verª Margarete, deste Vereador e de inúmeras lideranças, porque aquilo é
consagrado como um largo, um espaço de lazer, e, sobretudo, um espaço cultural,
que resgata a memória e a trajetória do saudoso Glênio Peres. Portanto, Ver.
Ervino, creio que isso ofenderia inclusive Glênio Peres, que é seu
correligionário, e por isso os problemas são, sim, de ordem cultural, são de
ordem arquitetônica, são de ordem espacial e de circulação, mas também muito de
ordem constitucional e ilegal, porque jamais poderia ser aprovado um Projeto
com esse teor, inclusive ele vai aos meandros, não é uma regra geral, ele
determina que é lá naquele espaço a obrigatoriedade de formação de uma feira
nos dez primeiros dias de cada mês, nos meios de produção, eu creio, e não diz
quais os meses que não têm produção.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Todeschini, eu solicitei o
adiamento do Projeto por quatro Sessões. Nós teremos tempo de discutir. É bom
abrir esta discussão. Acho que é o momento de darmos a sustentação. O nosso
colono é tão simples. Nós, que somos oriundos do Interior, sabemos, e dou o
exemplo de V. Exª, quando tive o prazer de conhecer a história de sua
residência, há poucos dias, numa viagem ao Interior. O que nós temos que fazer?
O produtor pede tão pouco para os órgãos públicos, ele produz e quer ter
condições de vender os seus alimentos.
Peço que V. Exª, que é um homem inteligente, que
leia a Justificativa do Projeto. Então, vamos abrir essa discussão. Sou grato a
Vossa Excelência.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver.
Ervino Besson, porque o seu aparte qualifica a intervenção. Mas eu quero dizer
outra coisa, que, para os produtores poderem atender a comunidade, poderem
vender o seu produto, não deve haver uma lei, porque não é uma lei que deve
regulamentar uma matéria desse tipo, mas, sim, as atitudes e as ações da
Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, que tem a obrigação, a iniciativa
e o dever de organizar esta matéria. É nesta direção que eu quero fazer a minha
manifestação, de modo que nós não venhamos a ofender, agredir e violar
conquistas da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 193/06.
A SRA. MARGARETE MORAES: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste, eu quero questionar este Projeto proposto pelo
Ver. Ervino Besson. A idéia de colocar o nome daquele Largo como Glênio Peres
foi, precisamente, do Prefeito Tarso Genro e da Lícia Peres. O próprio Ver.
Elói Guimarães tinha um Projeto para homenagear, à altura, o Glênio Peres, e
abriu mão em função dessa homenagem, em função da dimensão e da importância do
nome de Glênio Peres para a cidade de Porto Alegre. Quero cumprimentar o Ver.
Elói Guimarães pela sua grandeza.
Agora, eu questiono, por razões culturais, por razões
patrimoniais de quem cuida do patrimônio da Cidade. Ali está o núcleo do Centro
Histórico da cidade de Porto Alegre, e quem lida com patrimônio, lida com o
entorno. Não existe um patrimônio sozinho, um prédio, e em volta... Não, tem de
haver um espaço para respirar. O espaço fica ao lado da Prefeitura, ao lado da
Praça XV, ao lado do Mercado Público, as três edificações são bens tombados.
Então, o Largo Glênio Peres tem a idéia de ser para eventos, para datas
comemorativas eventuais, rápidas, passageiras, para feiras, para eventos de
religião, para eventos culturais.
Então, eu, Ver. Ervino Besson, me coloco contra,
com toda a seriedade. V. Exª disse, hoje, que a fala da companheira Verª Sofia
Cavedon não era séria, e era séria em relação ao Camelódromo; ela apresentou
dados do site da SMAM – Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Além
disso, além de descaracterizar o Centro Histórico, compete com os
permissionários do Mercado Público, que pagam aluguel para poder trabalhar ali,
que têm a venda a granel, o
Bará, a história da religião, da Banca 40, do morango com nata. Esse é o
espírito daquele espaço ali. E eu acho que é inconstitucional também porque
obriga o Governo a colocar toda uma infra-estrutura, mesmo que haja uma empresa
que faça isso, é preciso organizar. É um espaço público, o Governo não tem como
se livrar dessa obrigação. Isso vai colocar custos para a Prefeitura de Porto
Alegre.
Então,
eu perguntaria: por que não fazer, todos os meses, 10 dias, uma feira de
artesanato? Ou todos os meses, por 10 dias, uma feira para os professores? Ou
todos os meses, 10 dias, uma feira para outro setor da sociedade? Por que não
fazer um estacionamento?
Sou
contra, embora eu saiba que a sua intenção não seja a de desmerecer o Ver.
Glênio Peres, grande jornalista desta Cidade, pessoa reconhecida em todo o
Brasil; lembro quando ele escrevia no Pasquim, nos tempos da ditadura, uma
pessoa cassada, da maior honradez, mas a matéria desmerece a figura do Glênio
Peres. E é essa a nossa posição. Nós pensamos, conversamos e achamos que não é
bom o seu Projeto. E, com todo o respeito, gostaria que V. Exª retirasse o
Projeto, porque ele não é bom para a cidade de Porto Alegre.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiramente, quero dizer a
V. Exª que não vou retirar o Projeto, porque, se eu fizer isso, estarei
desmoralizando os nobres colegas Vereadores das Comissões.
Quero,
também, dizer que o relator da Comissão de Constituição e Justiça, estimado
Ver. Comassetto, colocou “pela inexistência de óbices jurídicos” e passou por
todas as Comissões. Acredito nesta Casa.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Nós sabemos, respeitamos o Ver. Comassetto, mas conversamos melhor depois. Nós
aprofundamos, hoje. Quando a matéria passa na CCJ, não se analisa o mérito;
analisam as questões legais e jurídicas em relação ao Projeto.
Mesmo
às vezes concordando lá nas Comissões, nós podemos discordar na hora da
votação, Ver. Ervino. É um direito nosso.
O
Sr. Ervino Besson: Tudo
bem, adiarei a discussão por quatro Sessões, vamos retomar a discussão, vamos
sentar com os órgãos competentes, para que façamos da melhor forma possível...
A
SRA. MARGARETE MORAES:
V. Exª é um correligionário do Glênio Peres e não poderia apresentar um Projeto
que fosse desmerecer a figura de Glênio Peres na Cidade. Obrigada, Ver. Ervino.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação Requerimento de autoria do Ver. Ervino Besson que solicita adiamento da
discussão do PLL nº 193/06 por quatro Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1610/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 063/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do caput
do art. 102 e do parágrafo único do art. 197 da Resolução n. 1.178, de 16 de
julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), divulgando na internet
os projetos e substitutivos incluídos na Pauta e os Anais. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 126, §1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 01-10-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PR nº 063/06. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. (Pausa.)
O SR. ALCEU BRASINHA:
Srª Presidenta, solicito verificação de quórum.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Alceu Brasinha. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Cinco Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h12min.)
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